Análise do Especialista | Ruan Seneanalista de mercado da Grão Direto

 

SOJA – Como o mercado se comportou na última semana

Relatório USDA. Embora alinhados com as expectativas do mercado, os números foram surpreendentes. Houve uma redução de 1,62 milhões de hectares plantados em comparação com a projeção de março. Além disso, os estoques trimestrais ficaram acima das expectativas. A diminuição de área  plantada representou uma redução de cerca de 10 milhões de toneladas e provocou uma intensa movimentação de alta em Chicago.

Economia chinesa esboçando fraqueza. A atividade industrial na China, diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, indicando uma demanda fraca. Para combater esse cenário, o governo chinês está implementando medidas de estímulo econômico, incluindo a redução das taxas de juros dos empréstimos bancários, a fim de estabilizar os indicadores econômicos internos.

Dólar perto da estabilidade. Investidores analisaram dados recentes de inflação e a decisão do Conselho Monetário Nacional sobre as regras da meta da inflação. Além disso, avaliaram possíveis aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos para as próximas reuniões. Diante disso, o dólar fechou a semana sendo cotado a R$ 4,79 (0,21%).

Em Chicago, o contrato de soja com vencimento em julho/23 encerrou a semana com forte valorização, sendo cotado a U$ 15,58 o bushel (+4,92%). Já o contrato com vencimento em março/24 encerrou a U$ 13,16 o bushel (+0,61%).

Apesar da alta de Chicago, os prêmios continuaram sendo um contrapeso importante, resultando numa valorização pequena para a soja brasileira. 

 

O que esperar do mercado

Semana mais curta em Chicago. No próximo dia 04 de julho, os EUA comemorarão o  “Dia da Independência”, sendo assim, o mercado perderá a referência de Chicago e o mercado interno terá maior influência sobre os preços no Brasil.

Comércio internacional de soja. O mês de junho foi bastante aquecido para as exportações brasileiras de soja. A Secretaria de Comércio Exterior, trará o fechamento mensal em torno de 14 milhões de toneladas, que confirmará a presença do Brasil no mercado internacional.

Clima favorável no cinturão agrícola.  As previsões climáticas, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), para os Estados Unidos na próxima semana, é de temperaturas mais baixas abrangendo as principais regiões produtoras, principalmente na área central e norte do país. Isso deve manter o sentimento positivo do mercado, e pressionar negativamente as cotações de Chicago.

Chuvas na hora certa. Destaca-se a importância das chuvas nas próximas semanas devido ao plantio antecipado, o que indica que as fases cruciais das culturas estão se aproximando. Essas fases incluem o florescimento da soja, a formação das vagens e grãos, e o enchimento dos grãos. Portanto, as chuvas são essenciais para o desenvolvimento saudável das lavouras nessas etapas.

Economia aquecida? No próximo dia 7, será divulgado o relatório Payroll nos EUA, que apresentará os dados de geração de empregos não agrícolas, refletindo o estado da economia do país. As expectativas do mercado são de criação de cerca de 200 mil empregos, porém, relatórios recentes superaram as expectativas, o que influenciou as decisões do Federal Reserve (Banco Central dos EUA). O Fed, utiliza esses dados para orientar suas decisões futuras sobre as taxas de juros, que atualmente estão entre 5% e 5,25% ao ano.

Semana de volatilidade para o dólar. O novo modelo de metas de inflação contínua no Brasil, combinado com as taxas de juros elevadas, continuará atraindo investidores estrangeiros para o país. Isso impulsiona a economia e resultará em uma valorização do real em relação ao dólar.

Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana positiva, resultando em valorização dos preços no mercado interno brasileiro.

 

MILHO – Como o mercado se comportou na última semana

Relatório USDA. Apesar de vir na direção da expectativa de mercado, os números surpreenderam. Houve um aumento de 850 mil hectares plantados, em relação à projeção de março. Os estoques trimestrais também vieram acima do esperado. Ambos impactaram negativamente as cotações de Chicago.

Chuvas trouxeram alívio. A chegada de precipitações (mesmo que irregulares) em vários estados durante a semana, trouxe de volta o otimismo de uma reviravolta na situação crítica que o Meio-Oeste passa neste momento. O Corn Belt também recebeu chuvas significativas, reforçou esse sentimento otimista.

Expansão da seca no Meio-Oeste. Apesar da melhora climática, na quinta-feira (29), o Centro Nacional de Mitigação da Seca trouxe uma expansão da seca de 64% para 70%, nos estados produtores de milho. No mesmo período do ano passado, esse número era de 47%. Nebraska e Kansas estão em níveis mais críticos de seca extrema, em relação aos outros Estados.

Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a U$ 5,56 o bushel (-11,75%) para o contrato com vencimento em julho/23. O mercado físico brasileiro, teve uma semana de leves desvalorizações, motivado pelas incertezas norte-americanas e pela evolução da colheita.

 

O que esperar do mercado

Semana mais curta em Chicago. No próximo dia 04 de julho, os EUA comemorarão o  “Dia da Independência”, e o mercado perderá a referência de Chicago, onde o preço brasileiro será balizado, principalmente, pelo mercado interno.

O clima continuará no centro das atenções.  As previsões apontam para uma melhora nas projeções de chuva, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). O Corn Belt deve receber chuvas significativas, dando continuidade ao sentimento positivo de uma reviravolta na situação crítica que a região vem passando.

Melhoria esperada nas lavouras dos EUA. O Mercado aguarda, pelo menos, uma estabilização nas condições das lavouras, que vem piorando nas últimas semanas. Caso isso aconteça, já trará um sentimento positivo ao mercado  e, consequentemente, deve pressionar negativamente as cotações de Chicago.

A colheita seguirá acelerando. Com clima favorável, a colheita brasileira se intensificará, levando a uma oferta expressiva de cereais no mercado. Isso pode gerar uma pressão negativa adicional nos preços brasileiros.

Os casos de gripe permanecerão sob monitoramento. Após a confirmação de um caso no Espírito Santo, em ave de subsistência, reacendeu o estado de atenção do mercado, porém, sem consequências significativas nas cotações. Será mantida a vigilância e o acompanhamento da evolução dos casos de gripe.

Demanda externa deve se aquecer. O segundo semestre, historicamente, é marcado pelo aumento do ritmo de exportações, diante da alta oferta resultante da colheita de segunda safra de milho. Esse não cenário não deve ser diferente neste ano, principalmente, com a chegada da China entre os compradores.

As cotações poderão continuar se desvalorizando. De acordo com Ruan, a evolução da colheita brasileira, que deverá continuar disponibilizando volumes expressivos de milho ao mercado, continuará impactando os preços do milho no Brasil.

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