Em evento beneficente do Itaú, maior agtech brasileira anuncia transferência de tecnologia para que empresas de menor porte, que hoje estão no “ponto-cego” da cadeia produtiva – frigoríficos, cerealistas, cooperativas – possam entrar no jogo saudável do compliance socioambiental.

Durante a 1ª Conferência Itaú Amazônia, evento online beneficente, ocorrido entre os dias 7 e 9 de dezembro, a Agrotools, assumindo seu papel de líder em tecnologia ESG (Environmental, social and corporate governance) para o agronegócio, anunciou uma doação conjunta com parceiros estratégicos de mais de R﹩ 1 milhão em tecnologia e ciência de dados para munir de informações confiáveis frigoríficos, cerealistas, cooperativas e demais empresas de menor porte que compram produtos provenientes do agronegócio da Amazônia.

São empresas que hoje se encontram no “ponto-cego” da floresta, sem condições técnicas para seguir as regras socioambientais e serem vistas pelos grandes compradores como parceiras de negócios. O evento reuniu especialistas e personalidades para debater os desafios – e as soluções possíveis – para o desenvolvimento sustentável da produção agropecuária da região amazônica.

“Vamos doar uma solução ampla para os pequenos atores do agronegócio na Amazônia”, diz o fundador e CEO da Agrotools, Sérgio Rocha. “Queremos que tomem conhecimento sobre como seus compradores os enxergam, identificando problemas passíveis de serem resolvidos para que possam estar inseridos no mercado da Amazônia responsável e não sejam excluídos da cadeia do agronegócio responsável.”

Segundo Sérgio, o processo de distribuição das soluções será executado por meio da Identidade Geográfica (GeoID), uma metodologia da Agrotools apta a identificar os territórios de produção e conectá-los ao mundo dos negócios, entregando a ferramenta certa para aqueles que querem fazer a verificação socioambiental antes de comprarem produtos do campo na Amazônia. “Nossa intenção não é excluir quem está em não compliance, mas identificar, entender o problema e endereçar uma solução. Afinal, a ideia é reinserir todos aqueles que produzem com responsabilidade e transparência, mas ainda não são identificados pelos grandes compradores.” Atualmente, as soluções digitais Agrotools utilizam infraestrutura tecnológica da Microsoft.

Além dos critérios de seleção que serão adotados pela Agrotools – com a participação do Itaú e de ferramentas de AI (Inteligência Artificial) – as empresas interessadas em obter tecnologia também poderão se cadastrar para a pré-seleção em um hotsite que será disponibilizado pela Agrotools e Itaú. “Queremos envolver outros parceiros nesta iniciativa de transferência de tecnologia, convidando-os a fazer parte desta grande empreitada do bem.

Para o CEO, outro ponto importante é equalizar todo esse sistema como uma maneira de valorizar quem já trabalha dentro dos parâmetros da sustentabilidade.

 

Conhecimento de causa e democratização das soluções – Hoje considerada a maior agtech global para soluções de tecnologia no agronegócio, a Agrotools iniciou suas atividades em 2006 da necessidade de conectar territórios e negócios, criando um elo entre o que acontecia dentro e fora das porteiras”, exemplifica o fundador Sérgio Rocha.

E foi logo no início de suas atividades que os primeiros desafios sobre a Amazônia surgiram. “Entre 2006 e 2009 estávamos testando e aprimorando nossas metodologias e modelos para as questões territoriais do agronegócio tropical. Paralelamente, o tema ESG ganhava espaço na pauta dos principais fóruns e corporações do agro”, relata Sérgio. “Consequentemente, surgiam as múltiplas demandas de monitoramento geoespacial de fazendas na Amazônia.”

Porém, não haviam mapas digitais desses territórios e nem o CAR (Cadastro Ambiental Rural). “Mas já tínhamos desenvolvido a metodologia GeoID, que servia totalmente às necessidades de localização e monitoramento de ‘alvos’ na Amazônia”, explica o executivo. “Além disso, já éramos colecionadores de dados do agronegócio, com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre os territórios, reduzindo a distorção e a percepção de riscos das ‘corporações urbanas’ em relação ao ‘meio rural’.”

De acordo com a Agrotools, atualmente são mais de 100 milhões de hectares sob monitoramento da GeoID dentro dos limites da Amazônia. “Observamos critérios de sustentabilidade e analisamos também o clima, a incidência de queimadas, a evolução da biomassa, a produtividade das lavouras, o valor das terras, a regeneração e a integridade das florestas”, explica.

Os projetos da Agrotools com seus parceiros cobrem mais de 60% do abate federal e mais de 50% da produção de grãos na Amazônia. Atuando junto a cinco das 10 maiores marcas do agronegócio global e atendendo mais de uma centena de empresas de portes variados, a agtech consolidou um portifólio impressionante. “Em contrapartida, para alcançarmos nosso objetivo de ver todos os envolvidos atuando em conformidade, neste momento temos que focar nos negócios de menor porte. Por isso, temos orgulho em dizer que chegamos até o Dona Raimunda, um abatedouro no Amazonas, que abate menos de 20 animais por dia”, diz Sérgio.

 

Amazônia real – A Agrotools defende a ideia de que – apesar de ainda não existir uma Amazônia 100% blindada contra as práticas socioambientais inadequadas – há uma agenda positiva sobre a região que precisa ser divulgada e apoiada. “Temos obrigação de começar a contar a nossa parte da história: a região amazônica ainda possui quase 80% de cobertura florestal, contando com mais de 10% do território destinado às unidades de conservação e um código florestal exigindo 80% de preservação obrigatória nas fazendas”, afirma o CEO. “Também devemos considerar que, há mais de uma década, uma série de programas, acordos e compromissos de proteção da floresta vêm sendo adotados pelos principais players do agronegócio na Amazônia, todos suportados por tecnologia Agrotools.”

Estima-se que menos de 10% das fazendas produtoras apresentam detecções de não compliance socioambiental e, destas, mais de 50% possuem problemas que podem ser resolvidos de forma ágil para que sejam incluídas no mercado responsável e monitorado. “Nossa intenção, com essa iniciativa, não é fazer uma peneira, descartando os não conformes, mas promover a inclusão”, alerta Sérgio.

E é este o foco da Agrotools neste momento. “Nossa perspectiva privilegiada sobre o que acontece na região nos impulsiona a arregaçar as mangas e agir. Por mais que os números negativos ainda sejam impactantes, quando analisados individualmente, não podemos jogar na vala comum a idoneidade de todo um segmento da nossa economia que abastece o mundo.”

Fundada há mais de uma década, a brasileira Agrotools se consolidou como a mais relevante AgTech da América Latina atendendo a todos os elos do agronegócio: bancos, indústrias, tradings, resseguradoras, seguradoras e redes de varejo. Suas soluções digitais se baseiam em uma plataforma geográfica proprietária, desenvolvida exclusivamente para o setor. A tecnologia brasileira, aliada a um dos maiores bancos de dados do agronegócio mundial e a uma ampla equipe multidisciplinar altamente qualificada para interpretá-los, oferece insights de negócios e gestão que permitem com que o mercado corporativo compreenda o cenário pelo território rural e tome as melhores decisões. Como resultado de sua atuação, o fomento às práticas socioambientais responsáveis levou a Agrotools a ser reconhecida, como Empresa B, atestando o modelo de negócio da Agrotools em prol do desenvolvimento social e ambiental.

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