No total foram 17 dias de visitas a propriedades rurais, Bolsa de Chicago, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, indústria, órgãos de pesquisa, terminal portuário, além de muitos momentos de interação e networking. A cobertura jornalística da edição 2022 do tradicional programa de imersão agro foi realizada pela jornalista Lilian Munhoz, apresentadora dos canais Terraviva e Agromais.

 

O mundo está de olho na safra de grãos dos Estados Unidos. As lavouras se desenvolvem bem, mas precisa chover para que os produtores norte-americanos consigam atingir o potencial produtivo. O clima, que prejudicou o início do plantio há alguns meses, será decisivo para confirmar o tamanho e a produtividade da nova colheita de soja e milho do principal produtor mundial. Foi nesse contexto que um grupo formado por 15 mulheres de várias partes do Brasil embarcou, em 27 de julho, para uma viagem técnica de muito conhecimento e imersão em cinco estados norte-americanos que são destaque na produção de alimentos: Iowa, Illinois, Indiana, Missouri em grãos e Flórida na citricultura.

Formado por produtoras rurais, engenheiras agrônomas, executivas, jornalista e analista de mercado representando sete estados brasileiros: Piauí, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, o grupo, já no primeiro dia, visitou uma corretora de mercadorias, onde foi recebido por Jack Scoville, vice-Presidente da Price Group, e participou de uma tarde de palestras e painéis no CME Group, que integra a Bolsa de Chicago. O enfoque dos trabalhos foi a importância de mitigar riscos em commodities agrícolas através de operações de hegde, atual conjuntura das commodities agrícolas e um painel sobre liderança feminina. Segundo Roberta Paffro, diretora de desenvolvimento de Mercado para a América Latina, esta foi a primeira vez que a Bolsa de Chicago, recebeu um grupo 100% composto por mulheres de mercado agro para debates técnicos.

Na visita as propriedades, uma confirmação do quanto os Estados Unidos são avançados em tecnologia e logística. Detalhe que chamou a atenção das participantes foi a extensão da malha ferroviária que agiliza o escoamento da produção até as plantas industriais e unidades portuárias às margens do Rio Mississipi. Nas fazendas, além das famílias que atuam diretamente na gestão, poucos funcionários, prova de que o uso de máquinas e tecnologias são intensos.  Além disso, outro diferencial em relação ao Brasil é o clima e o solo. Por enfrentar neve no período de inverno, os estados que formam o meio-oeste americano têm menor incidência de pragas e doenças, diminuindo a necessidade aplicação de produtos em relação ao Brasil. Apesar disso, os produtores relataram aumento no custo de produção desta última safra e preocupação com o cenário político internacional.

A programação técnica incluiu também uma visita a um centro de pesquisas da Universidade de Illinois, em Champaign, ao consulado brasileiro em Chicago e uma visita ao USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, onde o grupo foi recebido pelo Diretor Regional Brad Summa, responsável pela agência que cuida dos relatórios de Illinois e Missouri. No total, são 12 escritórios regionais do USDA, 800 colaboradores e 48 agências em todo território americano. Ainda este ano, o Departamento realizará um novo Censo Agropecuário, ação que realiza a cada cinco anos, para mapear o perfil dos dois milhões de propriedades rurais que existem nos Estados Unidos.

Para a visita presencial às fazendas nos Censo Agropecuário, cerca de três mil pessoas serão contratadas, um desafio extra para um momento de mão-de-obra escassa. O país vivencia baixo desemprego, o que tem trazido um grande desfalque às empresas. Várias delas estão contratando e não conseguem suprir a demanda necessária.

Por falar em abertura de vagas a profissionais, o agro norte-americano tem sido um celeiro produtivo para brasileiros. Em vários pontos da viagem as mulheres do agro encontraram engenheiros agrônomos e outros profissionais atuando na Universidade de Illinois, fazendas e centros de pesquisa, em oportunidades que vão desde estágio até Mestrado e Doutorado.

A missão técnica incluiu, ainda, a visita a um terminal portuário da ADM em Saint Louis, onde o grupo conheceu todo processo de logística desde a chegada dos grãos até a exportação pelo rio Mississipi, que corta vários estados do meio-oeste americano, facilitando mais uma vez o escoamento dos embarques a países de todos os continentes.

No domingo, dia 7 de agosto, o grupo partiu para a Flórida, destino escolhido para a segunda etapa da missão, com foco em citricultura e networking. Lá, visitou propriedades, uma paking house e o Centro de Pesquisa da Universidade da Flórida podendo perceber o difícil cenário da produção americana de laranja e outras frutas cítricas. Ao contrário do Brasil, que tem conseguido controlar o greening, principal doença da cultura, os Estados Unidos vivem momentos desafiadores e não consegue retomar sua produtividade nos últimos anos. A doença chegou ao território americano em 2004 e, de lá para cá, o país viu a produção cair drasticamente, passando de 200 milhões de caixas para apenas 40 milhões de caixas.

Em paralelo à pauta a técnica, as profissionais tiveram momentos de descontração. Elas foram recebidas pela empresa norte-americana Brandt em Springfield, capital de Illinois e tiveram a oportunidade de assistir a prova da Fórmula Nascar em Indianápolis, em um dos eventos favoritos de automobilismo dos norte-americanos. Neste dia, a jornalista Lilian Munhoz fez a cobertura de mídia da missão participou ao vivo em mais um canal do Grupo Newco, o Band Sports.

Em todos os lugares visitados, as mulheres do agro levaram na bagagem produtos da agricultura brasileira, como mel e cafés especiais feito por mulheres brasileiras, como forma de agradecimento por tamanha receptividade e troca de conhecimento.

O Missão Mulheres do Agro é um programa de imersão agro, idealizado no início dos anos 2000 por Andrea Cordeiro e já possibilitou que centenas de profissionais que atuam dentro e fora da porteira conhecessem através de uma missão técnica as realidades agro em estados brasileiros e países da América e da Europa

Neste ano, a edição pós-pandemia consolida a 10ª edição aos Estados Unidos, destino mais demandado pelas brasileiras desde o início do projeto.

“… A edição comemorativa da missão foi muito plural. Com um pilar focado em conhecimento e com um grupo de profissionais diverso, a programação técnica foi construída para que os debates diários sobre conjuntura de mercado, ESG, energia limpa, sucessão, tendências para o agronegócio fossem potencializados ao máximo.” conta Andrea Cordeiro, idealizadora da Missão, especialista em commodities agrícolas, CEO do Mulheres do Agronegócio Brasil e co-autora do livro Mulheres do Agro.

Toda o programa de imersão, foi coberto pela jornalista Lilian Munhoz nas redes sociais e teve participações ao vivo no Terraviva, Agromais e Band News TV. Ela realizou uma série de reportagens como vídeo-repórter para exibição nos canais do grupo e fez entradas em jornais e programas para contar os principais pontos da viagem:  mercado, safra, pesquisa, inovação e sustentabilidade

O Missão Mulheres do Agro é um programa tradicional no mercado brasileiro e foi formatado no início dos anos 2000 como uma ação que visava gerar conhecimento de alta qualidade e proporcionar uma sólida rede de contatos a profissionais que atuam nos diversos segmentos e cadeias do agro brasileiro. Além dos Estados Unidos com a décima edição, já foram visitados Argentina, Paraguai e vários estados nacionais. A missão aos EUA contará com a mentoria dedicada de Andrea Cordeiro, profissional que no início dos anos 2000 inovou ao propor que o setor valorizasse as profissionais através de programas técnicos de capacitação em destinos nacionais e internacionais.

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