Com falta de crédito, crowdfundings têm se tornado alternativa para o mercado agro

Por Felipe Souto*

 

Nos últimos meses, temos visto que mesmo com uma economia desfavorável o agronegócio continua com crescimento acelerado. De acordo com o Comunicado Técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)  e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro tiveram alta em 2020, com destaque para o setor primário (56,59%), seguido por agrosserviços (20,93%), agroindústria (8,72%) e insumos (6,72%) Porém, se olharmos e analisarmos detalhadamente, veremos que há uma parcela muito importante desse mercado que tem lutado para sobreviver financeiramente: os pequenos e médios produtores.

Para se ter uma ideia, o setor é responsável por 21,1% do PIB (Produto Interno Bruto) aqui no Brasil, ou seja, mais de um quinto de tudo que é gerado é referente a nossa agricultura. Desse total, cerca de 25% são provenientes da agricultura familiar o que corresponde a 5% do nosso PIB.

Esses dados são muito animadores se não fosse a dificuldade que muitos pequenos produtores e empreendedores rurais têm encontrado para conseguir capital para terem insumos e recursos para continuar a produção. Isso porque, várias linhas de financiamento do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento, estão fechadas por falta de recursos, há um limite a ser disponibilizado que não pode ser ultrapassado.

O que acontece é que quando atingem 80% ou 85% dos recursos, as análises de novas concessões ficam suspensas, impactando diretamente os produtores do campo que estão em busca de dinheiro para investir em máquinas, infraestrutura e tecnologia. Com isso, esse público tem convivido com a escassez de crédito, ou seja, sem capital a operação para porque não tem mais verba para produzir, e com isso perde-se produtos, mercado e lucro.

Diante desse cenário e das dificuldades, uma saída importante tem sido buscar por alternativas de recursos por meio de crowdfunding (financiamento coletivo). Hoje, há diversas plataformas especializadas no segmento agro que são regulamentadas pela CVM e oferecem uma forma inovadora de investir, conectando empresários de sucesso que precisam captar recursos com os investidores.

Para minimizar a falta do BNDES, essas soluções são alternativas acessíveis de financiamento, com menos burocracia e composto por projetos de qualidade em setores sólidos e lucrativos, como o Rural Investimentos II, Agrosucesso II Beef Premium, Agro Exportação I, Rural Investimentos MG, entre outros.

O crowdfunding é, sem sombra de dúvidas, a porta de entrada aos pequenos e médios produtores ao mercado de capitais que, por meio do investimento coletivo, conseguem formar sua base de investidores para os seus projetos, seja na modalidade dívida ou equity. Além disso, pode gerar valor a todos os grupos de interesse (produtores, investidores e cadeia produtiva) que tem sofrido com a escassez de recursos. A realidade é que as captações do agronegócio sempre atraem muitos investidores que procuram por ofertas que tenham impacto na economia real e que entregam excelentes resultados aos investidores nos prazos previstos – o que é um grande diferencial.

Outros pontos que têm chamado atenção são: acessibilidade e baixo custo – são menos burocráticas do que no sistema tradicional de financiamento; rentabilidade acima da média – o investidor consegue obter retorno muito mais atraente ao investir diretamente em projetos da economia real; proteção – os ativos reais são menos voláteis, pois não têm correlação com o mercado financeiro e possui proteção a carteira contra ajuste inflacionário; alta diversidade – investir diretamente no agronegócio é uma forma inteligente de diversificar o portfólio, pois estamos tratando de um dos setores mais fortes da economia brasileira, que não se desvaloriza e está sempre em constante crescimento.

Por fim, deu para perceber que há um oceano azul quando falamos sobre financiamento coletivo, principalmente no agro. Se você é empreendedor do campo e quer formar sua base de investidores para alavancar seu negócio, já pode vislumbrar o caminho das pedras. A cadeia produtiva agrícola tem tido bons rendimentos, basta você apostar na ferramenta que trará mais benefícios ao seu empreendimento. A tecnologia está aí para desburocratizar e romper barreiras, vale a pena apostar!


(*) Felipe Souto é CEO da Bloxs Investimentos, plataforma pioneira em investimentos alternativos no Brasil


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