Produtividade dos rebanhos nacionais ainda pode aumentar muito, segundo dados do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB)

A produção de leite por matriz dos rebanhos de 615 fazendas profissionais avaliadas pelo Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB) cresceu 4,7% entre outubro de 2019 e setembro de 2020, apesar dos efeitos abruptos sofridos desde março deste ano pelo setor devido à pandemia. Nessas fazendas, que vêm sendo mapeadas desde 2018, a produção cresceu 1,1 quilo de leite por vaca por dia, alcançando 24,4 kg/vaca/dia, contra uma produção média de 23,3 kg/vaca/dia nos 12 meses anteriores.

Esses dados fazem parte da oitava edição do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB-8), divulgado hoje (17/12) e, de acordo com Heloise Duarte, cofundadora da Ideagri e organizadora do IILB, eles mostram que fazendas que fazem gestão de dados estão ampliando seus níveis de produtividade de forma contínua. Nas 615 fazendas avaliadas, por exemplo, enquanto a produção total de leite cresceu 6,5%, passando de 3.292.760 litros/dia para 3.505.970 litros/dia, o número de matrizes em lactação aumentou apenas 1,5%, passando de cerca de 138 mil para 140 mil animais.

A produtividade pode ser ainda maior. No total, o IILB-8 avaliou 1.018 fazendas de todo o Brasil e, entre estas, selecionou as campeãs de produtividade. “São as chamadas Top 10%, que produzem hoje 18,5% a mais por matriz que a média dos rebanhos avaliados: 29,4 kg/vaca/dia contra 24,8 kg/vaca/dia”, compara a diretora da Ideagri.

A executiva afirma que produtividade é hoje mais importante do que nunca, para contrapor as constantes oscilações de preço do leite. “O auxílio emergencial provocou aumento no consumo de leite e nos preços pagos ao produtor, mas o dólar e a escalada dos preços de insumos inflaram muito os custos de produção, pressionando as margens da atividade leiteira”, compara. “Nessa gangorra, nem sempre a conta fecha: quem tem gestão profissional consegue ganhar, quem não tem pode encontrar dificuldades de equilibrar as contas”, diz ela.

Heloise Duarte acredita que a produtividade do leite brasileiro pode aumentar muito. Baseada em dados da série IILB, Heloise Duarte informa que o correto controle de desenvolvimento de bezerras até a desmama pode aumentar a produção na primeira lactação em 17% e impactar positivamente as lactações posteriores. Outro dado mostra que 15% das bezerras brasileiras morrem antes de completar um ano de vida devido a problemas, muitas vezes, manejáveis. “Conseguimos identificar melhorias possíveis em todos os indicadores do IILB”, diz Heloise Duarte.

IILB: o mais completo e atualizado registro de produtividade do leite brasileiro

O IILB, criado pela Ideagri em março de 2019, avalia dados de cerca de 5.000 fazendas clientes do software de gestão da empresa. Com esses dados, são elaborados 12 indicadores-chave da produção leiteira nas áreas de produção, cria e recria. Na média ponderada, os 12 indicadores compõem um índice de produtividade. “De 0 a 10, a nota atual é de apenas 4,38”, aponta Heloise Duarte, que ressalva, porém, que a nota vem melhorando gradativamente. “Em dezembro de 2019 foi 4,07”, compara ela. “Esse ganho contínuo indica o impacto virtuoso da gestão de dados nas fazendas profissionais.”

As fazendas profissionais, segundo Heloise Duarte, “são as que administram com dados, seguem práticas zootécnicas, usam genética para melhorar perfil de rebanho, cuidam do conforto dos animais e se preocupam com a qualidade do leite, entre outros fatores”. Para se qualificarem ao IILB, as fazendas que utilizam o software de gestão Ideagri devem seguir um rígido protocolo que inclui o registro regular de dados e a realização de backups constantes.

Essa metodologia faz do IILB o mais completo e atualizado registro de produtividade do leite brasileiro, com sólida base estatística. A produção dos rebanhos avaliados no IILB-8, por exemplo, corresponde a 4% de toda a produção nacional e equivale ao consumo anual de leite de 8,4 milhões de brasileiros.


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