Animais atacados por morcegos hematófagos contaminados podem contrair a doença e transmitir ao homem; clique para ouvir o audioboletim sobre o tema no Spotify e SoundCloud

No Brasil, podem ser encontradas quase duas centenas de espécies de morcegos, mas no mundo existem cerca de 1.400 espécies diferentes. Por aqui são encontrados os frugívoros (se alimentam de frutos), os nectarívoros (de néctar), os insetívoros (de insetos), os piscívoros (de peixes), os onívoros (de pólen, frutas e insetos), os carnívoros (de pequenos vertebrados) e os hematófagos, que são os chamados “morcegos-vampiros”, por se alimentarem de sangue.

Das três espécies de morcegos hematófagos, o Desmodus rotundus, é o que merece atenção e controle para Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo por causar enormes prejuízos à atividade agropecuária, levando os animais não vacinados quando atacados à morte. A transmissão da raiva ocorre por meio do contato da saliva do morcego contaminado quando ele morde o animal. Embora os morcegos tenham preferência em atacar rebanhos bovinos e cavalos, assim como animais domésticos, a raiva transmitida por eles é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem. Tanto nos animais como nos humanos, a taxa de letalidade da raiva é de 100%.

A orientação do médico-veterinário Guilherme Shin Iwamoto Haga da Secretaria, que junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária responde pelo Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, o produtor precisa verificar sempre a existência de colônias de morcegos hematófagos na sua propriedade. Em áreas rurais eles têm o hábito de se abrigar em fendas, cavernas, árvores, bueiros e construções abandonadas, mas podem, muito raramente, serem encontrados nas áreas urbanas. “Se encontrar fezes com aspecto escuro, quase preto, brilhante e com odor muito forte pode ser indicativo da presença de hematófagos”, diz.

O criador deve observar se os seus animais foram agredidos por morcegos e conhecer os sintomas causados pela doença. “Os animais podem se afastar do rebanho, andar desorientado, apresentar salivação intensa, paralisia de membros, não conseguir se levantar”, explica o veterinário. Se alguma dessas situações ocorrerem, a orientação é vacinar o rebanho contra a raiva e notificar imediatamente a Defesa Agropecuária. Na área urbana o ataque de morcegos deve ser notificado à Vigilância Sanitária do município.

É importante não manipular qualquer tipo de morcego ou destruir seu abrigo, porque todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva.

O controle da raiva dos herbívoros é feito por equipes especializadas da Coordenadoria de Defesa Agropecuária que realizam a captura de alguns hematófagos faz a aplicação de uma pasta vampiricida e os hematófagos são soltos para retornarem a seus abrigos, promovendo a redução do número de indivíduos, mas protegendo a espécie.


Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo