Já testada e disponível, a inovação é alternativa para estimular a agricultura sem desmatamento

A Rede ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta apresentará, nesta terça-feira (21/07 às 08h da manhã), a nova tecnologia de verificação TrustScore de sustentabilidade para propriedades rurais. A solução foi desenvolvida pela Ceptis Agro para mensurar – com critérios sociais, econômicos e ambientais – os níveis de sustentabilidade no campo de forma contínua. A apresentação será realizada durante o evento TEEB AgriFood Operational Guidelines for Business. O encontro é organizado pela ONU/PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, União Europeia e por diversas outras organizações (link abaixo).

Desenvolvido desde 2019 no âmbito da Rede ILPF, o TrustScore foi implementado com sucesso na fazenda Santa Brígida (GO). Com a atual escalada do desmatamento – que colocou o Brasil numa grave crise ambiental internacional -, a solução surge como um dos recursos para medir e estimular o desenvolvimento sustentável no campo. “Trata-se de uma tecnologia disruptiva. É a primeira vez que a sustentabilidade é mensurada em larga escala no campo brasileiro, de maneira ampla e objetiva”, afirma José Pugas, um dos desenvolvedores do sistema e sócio da Ceptis Agro.

Pugas destaca a importância da iniciativa no contexto em que, segundo estudo publicado na revista Science em 16/07/20, até 22% da soja e pelo menos 17% da carne bovina produzidas na Amazônia e no Cerrado – e exportadas para a União Europeia – podem ter rastros de desmatamento ilegal. “O agronegócio em todo o Brasil pode ter prejuízos. Então, separar o joio do trigo é importante. Isto é, o monitoramento da sustentabilidade de cada propriedade passa a ser fundamental”, afirma.

De acordo com Roberto Miyano, CEO da Ceptis Agro, com a nova tecnologia o tema sustentabilidade no campo deixa de ser teórico e passa a ter uma dimensão prática na atual crise ambiental. “Quando a propriedade mede seus parâmetros com o TrustScore, ganham-se informações poderosas para ações e planos mais efetivos de sustentabilidade”, explica.

No sistema ILPF, por exemplo, a pontuação vai de 0 a 100. Entre os 124 critérios avaliados estão a redução da emissão de carbono, o manejo adequado das florestas e o não desmatamento. Há também diversos itens econômicos e sociais verificados como, por exemplo, o respeito aos direitos trabalhistas e se há, nas propriedades, uso de trabalho infantil ou análogo à escravidão, entre outros. De acordo com Miyano, o TrustScore é muito diferente das certificações convencionais. “A solução vai muito além de um sistema, de um software. Porque engloba de maneira sistemática o desenvolvimento e a governança, com ações que medem a aderência dos produtores ao Protocolo ILFP, através do monitoramento contínuo das fazendas”, diz.

 

Futuro adaptável – Para além do sistema ILPF, o TrustScore, futuramente, será customizado também para propriedades de diversos tamanhos e de diferentes tipos de produção agropecuária. De acordo Miyano, normas de sustentabilidade poderão ser adaptadas à ferramenta em pequenas, médias e grandes propriedades – desde, por exemplo, pequenas plantações de cacau até grandes cultivos como soja, arroz, milho, entre muitas outras.

 

Financiamento de fazendas ILPF – Durante o evento, também será debatido o SAFF – Sustainable Agriculture Finance Facility, um programa de financiamento internacional voltado às fazendas ILPF. A iniciativa será lançada em 23 de setembro. O objetivo é fomentar a produção sustentável no campo com empréstimos em condições mais competitivas.

A Rede ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta é formada pelo Bradesco, Ceptis Agro, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e Embrapa. As fazendas ILPF incorporam tecnologias de baixo carbono, colaborando para a recuperação e o reuso de solos em degradação. Para isso, possibilita o plantio direto e rotação de culturas, desestimulando o desmatamento de áreas e valorizando a produção.

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