Por meio de soluções ágeis que desburocratizam e facilitam a vida de agricultores, fintechs do setor agro promovem a digitalização financeira do mundo agrícola

Desde 2019, o crédito rural nunca foi tão acessível ao produtor. Dados dos primeiros três meses do Plano Safra 2021/2022 apontam que agricultores, cooperativas e a agroindústria no geral alocaram mais de R$ 97 bilhões para o financiamento de atividades agrícolas. Ainda que a maior parte dos recursos ainda provenha dos cofres públicos, especialistas do segmento financeiro já acreditam que startups e fintechs especializadas no mundo agro já sejam as principais responsáveis pelo aumento de apetite do agronegócio. Não é para menos: segundo o Radar Agtech 2020/2021, já são mais de 1.570 agfintechs operando no país, das quais 53 têm atuação exclusiva na desburocratização, aumento de praticidade e digitalização de atividades no campo.

O grande trunfo é garantir que pequenas e médias propriedades tenham o acesso facilitado ao crédito rural, com condições justas, para a viabilização de safras e modernização da porteira para dentro. Além disso, o fincar de raízes dessas startups no país poderia resolver outro dilema histórico no setor agrícola. Segundo levantamento do Banco Central, feito a pedido do jornal Estado de S.Paulo, atualmente o brasileiro, sobretudo do meio rural, emite mais de 200 milhões de cheques ao ano. De acordo com os pesquisadores, a cifra é decorrente da baixa cobertura de internet e o pouco incentivo para mudança de hábitos financeiros, a exemplo do uso do PIX, ferramenta que revolucionou os meios de pagamentos no país.

Entre as várias dezenas de agfintechs atuantes no ecossistema de crédito rural, a Culttivo tem se destacado por reverberar uma mudança na cultura de fazendas e armazéns de parceiros. Atuando no segmento do café, a companhia faz parte da história de mais de 1.800 pequenos e médios cafeicultores (com propriedades entre 10 e 50 ha) mediante a oferta de acesso simplificado ao crédito. Por meio de sua plataforma, o produtor consegue simular e contratar o financiamento 100% de forma online e maneira transparente, com a liberação de crédito em um tempo hábil mais rápido do que a partir de métodos convencionais.

O diferencial da Culttivo está na sua história: fundada por quatro sócios com mais de 20 anos de experiência no mercado do café, a empresa conhece os gargalos históricos que o setor vive para levantar investimentos e os dilemas do produtor rural quanto às dificuldades logísticas “Já estivemos dos dois lados do balcão: em instituições financeiras que concedem o crédito tradicional ao produtor e hoje atuando na Culttivo, por isso, entendemos perfeitamente por que muitas vezes o produtor não tenha o reconhecimento e o respeito que merece. Fora os fatores meteorológicos (secas, geadas, queimadas) e as dificuldades logísticas, nunca foi fácil para ele ser reconhecido no mercado., explica Gustavo Foz, CEO da empresa.

A Culttivo espera liberar até o fim de 2023 cerca de R$ 600 milhões em créditos para o produtor. De acordo com Gabriel Santos, Chief Operating Officer (COO) e Cofundador da empresa, esse volume de investimento só é possível graças às ferramentas de desburocratização e transparência e, claro, da convicção de produtores de que seu negócio tem futuro. “Costumo dizer que trabalhamos em uma via de suas mãos: proporcionamos o empoderamento do cafeicultor para tomada de crédito sem burocracias e, em troca, ele nos confia os frutos de seu trabalho. É o que podemos chamar de uma troca muito justa”, explica.

A agfintech chegou ao mercado em maio de 2020 com o objetivo de oferecer acesso simplificado ao crédito para produtores de café de São Paulo e Minas Gerais. Por meio da plataforma, o interessado consegue simular e contratar o financiamento 100% de forma online, com o crédito disponível para uso em até 72 horas após formalização dos contratos e das garantias. A iniciativa é de sócios que trabalham há cerca de 20 anos no mercado de café.

Linhas Comunicação