As boas práticas ambientais adotadas pelo setor algodoeiro, sob a liderança da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), podem ser observadas em diversas frentes nas fazendas e unidades de beneficiamento, nas regiões produtoras da fibra. São soluções implementadas pelos produtores que vão desde a conservação dos recursos naturais, o manejo dos recursos hídricos, técnicas recomendadas para a conservação do solo, da biodiversidade, gerenciamento de dejetos e resíduos sólidos, até a manutenção de áreas de preservação permanente (APP), áreas de integração lavoura pecuária florestas (ILPF), e a utilização de adubo orgânico, sem contaminar o ambiente. Não à toa, a cotonicultura brasileira está entre as mais atuantes pela causa da sustentabilidade, focando os seus esforços em várias ações. Mantém um programa nacional de produção de algodão sustentável, opera um acordo de benchmarking com a Better Cotton Inititiave (BCI), estimula iniciativas regionais relacionadas às boas práticas socioambientais e apoia programas governamentais de cunho sustentável.

Por ocasião do Dia do Meio Ambiente, comemorado em cinco de junho, a Abrapa reforça a importância do trabalho realizado junto às associadas e aos produtores, por meio dos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e ABR-UBA para unidades de beneficiamento. Segundo o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, as fazendas de algodão e unidades de beneficiamento certificadas pelos programas evidenciam o esforço contínuo dos cotonicultores em promover a sustentabilidade no setor. “Certamente, a cotonicultura ganhou novo impulso com a implantação dos programas e é esse trabalho permanente de toda a cadeia que torna a cultura uma das mais organizadas no País”, afirma.

 

ABR e ABR-UBA – Os programas propõem a evolução progressiva das boas práticas sociais, ambientais e econômicas a fim de construir uma boa imagem para o produto brasileiro e conquistar espaço no mercado do algodão responsável. O trabalho permanente da Abrapa é voltado para melhorar continuamente a gestão sustentável das fazendas e das unidades de beneficiamento, para elevarem os níveis de conformidade e estarem aptos à certificação. Para tanto, os programas são sustentados em três pilares: social, ambiental e econômico. São oito os critérios estabelecidos e que devem ser cumpridos para garantir a certificação, entre os quais meio ambiente, segurança do trabalho e saúde ocupacional, desempenho ambiental e boas práticas.

 

Certificação – A safra 2021\2022 está sendo auditada por três empresas certificadoras – ABNT, Genesis Certificações e Bureau Veritas, que trabalham na conferência das conformidades requeridas. Ao todo, no ABR, são 183 itens de verificação e certificação, desde boas práticas agrícolas, até segurança e bem-estar do trabalhador. A constatação, durante a auditoria, de qualquer prática em desacordo com os 51 Critérios Mínimos de Produção (CMP’s) de aprovação obrigatória, conforme acordado com a BCI, elimina a fazenda do processo de certificação.

As fazendas participantes do programa ABR trabalham com evolução contínua: 1ª safra – 85% de aprovação dos critérios da Verificação para Certificação da Propriedade (VCP); na 2ª safra – 87% de aprovação dos critérios da VCP; na 3ª safra – 89% e a partir da 4ª safra em diante – 90% de aprovação dos critérios da VCP. Até agora, 143 fazendas (safra 21/22) receberam a certificação ABR.

 

Sustentabilidade na agenda da moda – A responsabilidade ambiental já é uma prática presente na moda e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) destaca a potencialidade dos produtores brasileiros, fornecedores da matéria-prima, de produzirem respeitando o meio ambiente. Hoje, o setor é referência mundial, tendo mais de 80% da sua produção certificada. “A questão da sustentabilidade permeia todos os elos da cadeia de produção e a Abit se sente orgulhosa de participar, desde o início, desse projeto da cotonicultura brasileira rumo à sustentabilidade”, afirma o presidente da Abit, Fernando Pimentel.

Segundo Pimentel, esse cenário faz com que a matéria-prima produzida no País seja cobiçada globalmente, não apenas pelas características técnicas, mas sobretudo pela forma de cultivo e tratamento de todos os elos que compõem a questão do meio ambiente e da sustentabilidade.  “Isso é positivo porque o algodão certificado fortalece e agrega valor aos produtos da cadeia de produção têxtil e de confecção. Nesse sentido, vemos que o Brasil tem uma oportunidade ímpar de se destacar no cenário futuro e os méritos do que foi alcançado estão relacionados ao conjunto de atores que investiram e trabalham na produção sustentável”, disse.

 

Algodão responsável – O trabalho consistente e a evolução da Abrapa levaram a cotonicultura brasileira a um novo patamar. Na última safra, o País produziu 1,96 milhões de toneladas de pluma, sendo 84% certificada pelo programa ABR e licenciada BCI. Com esses números, o Brasil se torna o maior fornecedor de algodão BC, o 2º maior exportador e o 4º maior produtor global da fibra.


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