Tecnologias buscam soluções para os principais problemas apontados por produtores e gestores rurais. 

O agronegócio é um dos setores que mais cresce no país, sendo visto como uma das grandes potências nacionais e responsável por cerca de 20% do PIB brasileiro. No entanto, isso não impede que os agricultores enfrentem desafios diários para manter seus negócios lucrativos, ainda mais considerando a quantidade de fatores capazes de interferir na produtividade agrícola.

Além das variações climáticas — inesperadas e, muitas vezes, incontroláveis —, questões como o desperdício de insumos e das produções, a falta de mão de obra e a influência de pragas na lavoura são alguns dos problemas mais citados na pesquisa Hábitos do Produtor Rural, realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA).

“Por conta da sua importância nacional e internacional, o mercado agrícola é muito competitivo e exige alta produtividade dos produtores e gestores rurais. Nesse cenário, vemos cada vez mais apostas tecnológicas buscando soluções para esses desafios que assolam o dia a dia no campo”, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, empresa que desenvolve e fornece tecnologias agrícolas e florestais. Para ele, as inovações funcionam como aliadas e ajudam até mesmo na compensação de fatores imprevisíveis como o clima.

 

Proteção e combate a pragas – A proteção contra plantas invasoras, pragas e doenças — que podem vir de lagartas, fungos, bactérias, vírus etc — é um fator muito importante nas operações agrícolas, já que alguns desses males são difíceis de combater e, se não superados, podem comprometer grande parte ou até toda a produção de uma safra.

Para evitar esses prejuízos, produtores e gestores devem estar atentos às ferramentas e técnicas aplicadas na produção. “Uma boa prática é investir em tecnologias de controle de pulverização, que garantem que os defensivos sejam bem distribuídos por toda a área agrícola  de forma inteligente, sem falhas de aplicação”, explica Bernardo de Castro.

Hoje, o uso de sensores,  drones e imagens de satélites também ajuda a identificar sinais de doenças e infestações de pragas nas plantas por meio de diagnósticos remotos. O cuidado permite a tomada de ações imediatas de combate às ameaças, evitando a propagação do problema.

 

Qualificação da mão de obra rural – Outro grande desafio apontado pelos produtores rurais é a escassez de mão de obra, que envolve tanto a vertente quantitativa, quanto a qualitativa. Isso porque, embora o campo seja um valoroso gerador de renda no Brasil, ainda há uma grande expectativa de migração para as cidades, o que envolve, sobretudo, a busca por mais infraestrutura e qualidade de vida.

Segundo pesquisa do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras, apenas 28% dos filhos e filhas de empreendedores do campo participam das atividades rurais da família — na maioria das vezes, os herdeiros não têm interesse em permanecer nos negócios agrícolas.

No âmbito qualitativo, a dificuldade é encontrar profissionais capacitados para o novo contexto de agricultura digital. Muitos trabalhadores rurais não estão acostumados às ferramentas tecnológicas e têm dificuldade em acompanhar as inovações e manusear os equipamentos avançados que estão cada vez mais presentes no campo. Para a superação desses desafios, é importante que os gestores rurais façam investimentos na formação dos seus profissionais,  e que o governo e as instituições trabalhistas busquem oferecer mais oportunidades de capacitação. Além disso, as empresas têm investido cada vez mais em tecnologias acessíveis, facilitando o uso pelos profissionais do campo.

 

Economia de recursos e logística eficiente – O desperdício é mais uma barreira que dificulta o avanço da produtividade do agronegócio brasileiro. A situação acontece ao longo de toda a cadeia produtiva — desde o plantio até a entrega na indústria —, gerando perdas de insumos, combustíveis, matérias-primas e alimentos.

Nessa questão, no entanto, a tecnologia já avança fortemente. O aprimoramento de diferentes processos têm auxiliado a evitar perdas que representam um grande prejuízo financeiro ao agricultor. “Um exemplo de como a inovação pode reduzir desperdícios é o uso de ferramentas de agricultura de precisão. Um controlador de fertilizantes, que automatiza e regula a aplicação de insumos de forma inteligente, pode eliminar até 20% do uso de fertilizantes e corretivos desnecessários, além de diminuir gastos com combustível”, explica o presidente da divisão de Agricultura da Hexagon.

A etapa de transporte também precisa de muita atenção, já que os produtos devem chegar em boa qualidade ao seu destino, o que requer agilidade e eficiência logística. Segundo Bernardo, atualmente, isso é possível por meio de softwares que garantem a sincronização entre máquinas e a otimização de rotas.

“O sistema garante que o caminhão que levará o material para a indústria chegue na frente de trabalho na hora ideal, quando o produto foi colhido e está disponível para ser carregado.  Além disso, cuida para que o despacho desses veículos seja realizado da melhor maneira, levando em consideração fatores como o ritmo da colheita, o número de máquinas envolvidas na operação, o tempo médio das viagens, os horários de trabalho dos motoristas, e assim por diante”, reforça.

A divisão de Agricultura da Hexagon fornece tecnologias que convertem os dados em informações inteligentes que permitem planejamento otimizado, execução eficiente, controles de máquina precisos e fluxos de trabalho automatizados que melhoram as operações e aumentam os lucros. A Hexagon,líder global em soluções autônomas de sensores e softwares, tem cerca de 21 mil funcionários em 50 países e vendas líquidas de aproximadamente 3,8 bilhões de euros.

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