Como o fósforo foliar pode exercer um papel fundamental na nutrição da batata?

Por Raika Borges*

A batata é uma das hortaliças mais importantes de produção nacional e, de acordo com a publicação eletrônica da série Sistemas de Produção Embrapa, é a terceira cultura alimentar mais importante do planeta, sendo a primeira commodity não grão. Estima-se que mais de um bilhão de pessoas consomem o item diariamente no mundo. Para reforçar esse cenário positivo é importante dizer que a rentabilidade desse tipo de plantação está muito atrelada aos padrões de consumo, oferta e demanda, independentemente do segmento de atuação – in natura, pré-frita ou chips.

Nesse contexto de grande disputa nos mercados, é preciso que o agricultor fique atento ao potencial de incremento à produtividade. Para isso, considerar as necessidades de cada solo, época e sistema de cultivo é fundamental. Uma nutrição equilibrada pode melhorar a qualidade da planta e a tolerância à seca, além de diminuir a suscetibilidade às doenças, e aumentar o número de tubérculos.

Os cuidados que o produtor deve ter no campo para atingir altas produtividades e qualidade são inúmeros. E embora os movimentos de mercado no primeiro semestre de 2021 apontam ser positivos para a cultura, é importante atentar-se aos novos manejos nas áreas plantadas, como a adubação foliar de fósforo, que pode incrementar os índices positivos de produção. Esse nutriente tem sua devida importância na cultura e sua presença é de grande exigência, sendo principalmente aplicado em altas taxas no solo. No entanto, em solos tropicais podem sofrer interações e interferir na sua disponibilidade.

Desta maneira, no momento da tuberização, onde há a redução da eficiência de absorção por parte das raízes do elemento fósforo, sendo a batata uma cultura que acumula grande parte deste nutriente nos tubérculos no final do ciclo, não seria absurdo dizermos que um déficit pode ocorrer nas folhas após o início da tuberização, reduzindo a atividade fotossintética da planta e, por sequência, a quantidade de fotoassimilados produzidos e enviados para o enchimento dos tubérculos.

Assim sendo, as aplicações foliares de fósforo aumentam a produtividade, uma vez que a planta bem nutrida em fósforo na base tem seu desenvolvimento inicial mantido pelo nutriente, tuberizando corretamente – garantindo número de tubérculos -, e pode posteriormente se manter ativas na produção de açúcares que irão encher esses tubérculos. Dados do Instituto de Pesquisa Agrícola do Cerrado (Ipacer), divulgado em 2020, revelam que as plantações de batata da variedade Ágata que tiveram o incremento do nutriente na forma de aplicação foliar tiveram uma produção até 8% maior; já nas plantações da variedade Asterix o aumento foi de até 14%.

Por isso, este manejo vem se tornando uma ótima estratégia no campo, uma vez que o incremento de produtividade está diretamente ligado a rentabilidade do produtor. Todavia, é importante sempre destacar alguns pontos essenciais como: dose correta no solo, de acordo com potencial produtivo; aplicações foliares se iniciando no momento da tuberização podendo estendendo-se em até seis aplicações semanais; além de muita atenção para o volume de calda utilizado com o objetivo de não causar injúrias na folha.

A importância de uma nutrição adequada com macro e micronutrientes deve ser o principal ponto de atenção para o produtor da batata e qualquer outra hortaliça. Atualmente, os campos estão mais produtivos e exigentes e, por consequência, devem ser mais sustentáveis. Somente desta forma será possível melhorar a qualidade da planta e a tolerância à seca, diminuir a suscetibilidade às doenças e aumentar o número de tubérculos. Os detalhes do conteúdo técnico podem ser acessados no Seminário GranBatata.


*Raika Borges é engenheira agrônoma pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e especialista em batata na Yara Brasil.

A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, cultiva conhecimento para alimentar o mundo e proteger o planeta de forma responsável. Para concretizar esses compromissos, desenvolve ferramentas agrícolas digitais destinadas à agricultura de precisão e trabalha em estreita colaboração com seus parceiros em toda a cadeia de valor de alimentos. Fundada na Noruega, em 1905, para resolver a emergente crise de fome na Europa, está presente no mundo todo, com mais de 17 mil colaboradores e operações em mais de 60 países, com um objetivo comum: ser a empresa de nutrição de plantas do futuro. Em 2020, a companhia passou a adotar uma nova estrutura global organizacional, com operações direcionadas para suas unidades regionais (Américas, Europa, Ásia/África), uma unidade de Plantas Globais/Excelência Operacional, e uma nova função de Farming Solutions, refletindo maior foco no cliente.

No Brasil, a Yara está presente em todos os principais polos agrícolas – são 5 unidades de produção de fertilizantes e misturadoras em mais de 20 cidades, além de 2 escritórios corporativos. Com 6,2 mil colaboradores, a empresa busca desenvolver soluções nutricionais sustentáveis para todos os perfis de produtores e culturas, colaborando com o crescimento da agricultura e o protagonismo do país no desafio de alimentar uma população mundial crescente. Desde que se instalou no Brasil, na década de 70, a Yara vem trabalhando para fomentar a produção nacional de fertilizantes, reduzindo a dependência de importação de matéria-prima e, consequentemente, o custo final dos insumos ao produtor. A companhia também fornece soluções industriais para a redução de poluentes, melhorando a qualidade do ar das cidades.


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