Nosso símbolo nacional evoluiu e chegou ao século XXI ocupando posição de destaque, com qualidade comparável à dos melhores destilados produzidos mundialmente

A Cachaça, bebida típica e exclusiva do Brasil, tem sua história ligada à do próprio país e pode ser considerada o primeiro destilado das Américas, tendo sido produzida, pela primeira vez, de forma intencional, em algum engenho de açúcar do litoral Brasileiro, entre os anos de 1516 e 1532, antes mesmo do aparecimento do Pisco, da Tequila e do Rum.

Como bebida símbolo da resistência do povo brasileiro, enfrentou preconceitos desde a época do Brasil Colônia, período no qual teve a sua comercialização proibida por várias vezes, resultando na Revolta da Cachaça, que deu origem ao Dia Nacional da Cachaça -13 de Setembro – uma iniciativa do Instituto Brasileiro da Cachaça. (Projeto de Lei 5428/2009, atualmente em tramitação no Senado Federal).

Hoje, apesar dos inúmeros desafios, esse símbolo nacional evoluiu, e chegou ao século XXI ocupando posição de destaque, com qualidade comparável à dos melhores destilados produzidos mundialmente.

O Dia Nacional da Cachaça é uma iniciativa do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) – entidade nacional representativa do setor – e foi lançada em junho de 2009, durante a Expocachaça de Belo Horizonte, se tornando um Projeto de Lei por iniciativa do Deputado Valdir Colatto, de Santa Catarina.

A história remonta ao ano de 1630, quando os portugueses notaram que o mercado da cachaça crescia e o produto tomava o lugar da bagaceira, produzido por eles a partir do bagaço da uva. Em 1635, o rei de Portugal proibiu a produção e comercialização da cachaça com o objetivo de incentivar o consumo da bagaceira.

A pouca fiscalização permitiu a continuidade do comércio da cachaça e, em 1659, um novo decreto real proibiu o comércio da bebida, com os portugueses apertando o cerco aos produtores com ameaças de deportação, apreensão do produto e destruição dos alambiques. Em 1660, os produtores fluminenses lideraram uma rebelião e tomaram o governo da cidade. Era a Revolta da Cachaça, movimento que abriu caminho para a legalização da cachaça, que ocorreu em 13 de setembro de 1661, por Ordem Régia.

O caminho rumo à valorização da bebida tem sido longo, mas está em um estágio melhor do que já foi, principalmente devido à valorização no Brasil, nos últimos anos, de produtos tradicionais.

Para Carlos Lima, Diretor Executivo do IBRAC, o trabalho conjunto de produtores, entidades de classe e Governos (Estaduais, Municipais e Federal) tem sido extremamente importante para a valorização, afirmação da Cachaça e desenvolvimento do setor.

Apesar desse apoio, o Executivo lembra que, em momentos de discussões de reforma tributária no Congresso e em alguns Estados, é extremamente importante que a Cachaça, que hoje é o produto mais tributado do Brasil e que sofre com todos os entraves causados pela alta tributação, não seja ainda mais onerado.

“Já não há mais espaços para aumento de impostos no setor e a nossa tributação já ultrapassou o ponto ótimo. Apoiamos uma reforma tributária que traga simplicidade, corrija distorções existentes, promova o crescimento sustentável e não onere ainda mais o setor”, diz Lima.

 

Um brinde à Cachaça – Pouco a pouco a Cachaça vem conquistando seu espaço no cenário nacional e internacional, se destacando em concursos, com versões brancas, armazenadas e envelhecidas, em uma grande variedade de madeiras típicas como, por exemplo: a Amburana, Jequitibá, Amendoim, Bálsamo, Ipê, Freijó, Eucalipto, Castanheira, entre várias outras, além do conhecido Carvalho, enaltecendo e realçando sabores riquíssimos e diferenciados da Cachaça.

O nosso destilado tem experimentado, ao longo dos anos, evoluções no preparo, sendo utilizado como base para coquetéis, em especial aqueles com frutas, que vão além da tradicional e conhecidíssima Caipirinha – um drink refrescante e saboroso que, para ser autêntica, deve ser feita exclusivamente com Cachaça.

A sua versatilidade na coquetelaria se mostra igual à dos grandes destilados, com a Vodca, o Gin, ou o Rum, e vários profissionais vêm utilizando-a para criação de novos drinks, na releitura de drinks nacionais como o Rabo de Galo e para reinventar drinks famosos, tais como o Negroni, Mojito, e a Margarita.

 

O Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) estima que o Brasil possua uma capacidade instalada de produção de 1,2 bilhão de litros por ano. No entanto, a produção está estimada entre 700 e 800 milhões de litros/ano. Segundo o Anuário da Cachaça do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) existem hoje no Brasil 1.086 estabelecimentos produtores de Cachaça e Aguardente de cana registrados. (dados referentes à 2019).

Atualmente, a Cachaça é um dos quatro destilados mais consumidos mundialmente. Segundo dados do provedor de pesquisa de mercado – Euromonitor International – a Cachaça é a 2ª bebida alcoólica mais consumida no Brasil e representa cerca de 72% do mercado de destilados.


Fontes: Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Euromonitor International, professor e sommelier de Cachaça, Jairo Martins e Mestre Derivan Consultoria & Eventos.

O Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC é uma entidade privada, de abrangência nacional, sem fins lucrativos, criada com o objetivo de defender os interesses da Cachaça nos mercados nacional e também internacional. Tem entre os seus associados as principais empresas (micro, pequenas, médias e grandes) do segmento produtivo, sejam elas produtoras, estandardizadoras ou engarrafadoras, de vários Estados do Brasil.


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