Fazenda de Mato Grosso adota sistema agroflorestal e garante benefícios ambientais e econômicos com a criação de gado

É no interior do estado de Mato Grosso que o projeto Pasto Vivo está sendo desenvolvido para se tornar uma referência mundial em pecuária regenerativa, financeiramente viável e com carbono positivo, com prazo de implementação até 2022. O investimento inicial é de 850 mil euros, cerca de 5 milhões de reais e abrangerá iniciais 100 hectares da fazenda São Benedito, área que poderá ser ampliada para 1.200 ha e, possivelmente chegue aos 23.000 ha (área total do projeto).

Para mostrar como a criação de gado pode trazer benefícios ambientais e econômicos, a Luxor Group e a Meraki Impact montou uma equipe encabeçada pela PRETATERRA, Savory Institute, Climate Smart Group e reNature, que uniu uma ampla gama de conhecimentos em pesquisa, avaliação de impacto, investimentos, negócios e sistemas agroflorestais integrados.

Segundo Everton Lemos, especialista em produção animal em sistemas agroflorestais da PRETATERRA, quando se pensa em pecuária no Brasil, a tendência é não relacioná-la com a sustentabilidade. “Diante desse contexto, o projeto Pasto Vivo veio para demonstrar que isso pode ser feito de maneira diferente, além de gerar conhecimento e conscientização sobre como a integração de práticas regenerativas podem transformar a pecuária em benefício de agricultores, pecuarista e, sobretudo, do planeta”.

“Hoje a criação tradicional de gado é ineficiente em termos de uso da terra, enquanto a Reserva Legal – uma porcentagem obrigatória de 35% – é pouco reforçada. Além disso, os pecuaristas enfrentam os desafios das mudanças climáticas, savanização e desertificação; pastagens degradadas enfrentam temperaturas cada vez mais altas e severas estações secas. Segundo modelagens recentes, o aquecimento global pode aumentar o custo de produção da carne bovina brasileira em até 160%”, detalha Valter Ziantoni, engenheiro florestal e fundador da PRETATERRA.

 

Na prática – O Projeto Pasto Vivo objetiva criar o melhor modelo pecuário agroflorestal do mundo, e que seja replicável ao contexto regional. A partir dessa demanda, desenhou-se uma estratégia para a conversão agroflorestal da fazenda piloto, desenhando um sistema agroflorestal inovador, integrado em SSPi (Sistemas Silvopastoril Intensivo), agregando árvores e produtos florestais não-madeireiros, com produção de forragem para o gado e produtos de alto valor agregado, visando ainda o mercado de créditos de carbono e futura negociação de outros potenciais serviços ecossistêmicos.

A primeira atividade desenvolvida foi o estudo de viabilidade do solo, no mês de fevereiro deste ano e a próxima etapa está em andamento, com o início do design e desenvolvimento do sistema agroflorestal, que será desenhado por Valter Ziantoni e Paula Costa, engenheiros florestais e fundadores da PRETATERRA, nos meses de julho a agosto. A partir daí será a fase de implantação, que tem prazo para ser finalizado em maio de 2022.“As árvores também beneficiam o clima local e fornecem sombra para os animais, aumentando seu bem-estar durante a estação seca e promovendo de serviços ecossistêmicos relevantes”, detalha Ziantoni.

Por meio da aplicação dessas práticas regenerativas, o bem-estar e o crescimento dos animais são melhorados, aumentando o seu valor e qualidade, afirma Paula Costa. “O gado é manejado em uma pastagem mais eficiente e usufrui do sombreamento, melhorando o bem-estar animal, permitindo ainda um uso mais eficiente da terra e um aumento no número de cabeças de gado por área. Além disso, uma gama diversificada de produtos provenientes das árvores fornecerá fontes adicionais de forragem, renda e alimentos”, detalha.

Ela acrescenta ainda que em um horizonte de longo prazo, o objetivo macro desse projeto é inspirar outros pecuaristas que atuam na Amazônia a migrar dos modelos convencionais em direção a práticas mais sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. “Queremos que o ‘Pasto Vivo’ crie um forte argumento para a pecuária regenerativa. Arranjos produtivos biodiversos e complexos, incluindo árvores na paisagem, como os sistemas agroflorestais, têm o potencial de tornar a pecuária uma atividade que, além de viável financeiramente, provê impactos ambientais positivos para a sociedade e para o planeta”, finaliza Paula.

Iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, combinando dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas, construindo um novo paradigma produtivo que seja sustentável, resiliente e duradouro.
Na vanguarda da Agrofloresta, a PRETATERRA projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou, em 2019, o primeiro lugar em Sustentabilidade do Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da ESALQ, com o case “Café dos Contos”, em Monte Sião (MG). Em 2018, a PRETATERRA ganhou o primeiro lugar em negócios inovadores no concurso de startups no Hackatown e, em 2020, a PRETATERRA está entre os finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, de startups e projetos inovadores em sustentabilidade da América Latina.Para mais informações acesse www.pretaterra.com e acompanhe as redes sociais: LinkedInInstagramFacebookTwitter e Youtube.


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