Com potencial de causar perdas de até 60% na produção, praga demanda manejo contínuo e responsável desde o pré-plantio até a colheita
Com expectativa de colheita recorde de 128,3 milhões de toneladas de milho em 2025, o Brasil reforça sua posição entre os maiores produtores globais do grão. Impulsionada por condições climáticas favoráveis e boas práticas no campo, a segunda safra, em andamento, deve representar 101 milhões de toneladas, alta de 12,2% em relação ao ciclo anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No entanto, em meio ao cenário otimista, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) alerta para um risco crescente nas lavouras: a volta da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) como principal praga da cultura. A entidade observa que a espécie tem apresentado resistência a algumas tecnologias e, além disso, os ataques têm ocorrido de forma antecipada, exigindo atenção desde as fases iniciais da plantação.
“A lagarta-do-cartucho voltou a preocupar os produtores justamente por atacar precocemente e causar danos severos em folhas, espigas e no colo das plantas, o que pode comprometer o desenvolvimento e a produtividade da lavoura”, explica o gerente de Assuntos Regulatórios do Sindiveg, Fábio Kagi.
Com potencial de causar perdas de até 60% na produção, a infestação se intensifica em condições de cultivo contínuo de milho, estiagem prolongada, temperaturas superiores a 25 °C e semeadura tardia. Para mitigar esses prejuízos, Kagi recomenda investir no Manejo Integrado de Pragas (MIP), que inclui estratégias complementares de controle cultural, biológico e químico.
“Entre as práticas eficazes estão a dessecação da área pelo menos 30 dias antes da semeadura, a rotação de culturas e o tratamento de sementes com defensivos sistêmicos”, pontua.
Para Kagi, o sucesso no combate à lagarta passa por um manejo contínuo e responsável, que se inicia antes mesmo da semeadura e segue ao longo de todo o ciclo da cultura. “A diversificação de ferramentas e o planejamento das intervenções são essenciais para manter o controle sobre a população do inseto”, conclui.
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