Atualmente, o mercado de capitais tem sido importante para o agronegócio, oferecendo instrumentos para fomentar a produção de alimentos, fibras e energias renováveis. Para os próximos anos, os debatedores do painel “Agrobrasil com Crescimento Sustentável: Financiamento e Mercado de Capitais”, do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, avaliam que sua participação tem o potencial de se expandir, contribuindo para o crescimento do setor. O evento é uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3 – a bolsa do Brasil, e acontece nesta segunda-feira (11/8), em São Paulo (SP).

“O mercado de capitais vem avançando nos últimos cincos anos e se tornou uma alternativa. Hoje, o Fiagro e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) representam cerca de 3% do mercado de capitais, com espaço para crescer”, afirmou Luiz Masagão, vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, que acrescentou que grande parte do desenvolvimento do mercado de capitais vem dos estímulos que foram criados.

Nesse sentido, a B3 está trabalhando em novas iniciativas financeiras. “Queremos disponibilizar ferramentas para ajudar no desenvolvimento do mercado de capitais e faço um chamado frente a questão da precificação, ajustes de contrato para desenvolver a infraestrutura da cadeia e agregar valor ao mercado brasileiro”, completou.

Bruno Gomes, superintendente de Securitização e Agronegócio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ponderou sobre a importância de os empreendedores do agro conhecerem o mercado de capitais. “Hoje a exigência é de pessoa jurídica, mas dentro da CVM estamos analisando a possibilidade de produtores pessoas físicas com balanço auditado e critérios de governança acessar o mercado de capitais, assim como as cooperativas”, disse.

Para Bruno Santana, CEO e fundador da Kijani Investimentos, há alguns anos, o mercado financeiro tinha dificuldade de enxergar o protagonismo do agro, mas essa realidade mudou, na medida em que foram sendo introduzidos novos instrumentos e a legislação. “Em 2024, entendemos o ciclo do Agro e isso, ajudou a acelerar o mercado de capitais. Este ano está sendo um ano de amadurecimento da legislação e do mercado de capitais. Para 2026, vejo um cenário promissor para o financiamento da cadeia com um potencial para o futuro e os investimentos”, analisou.

Um dos instrumentos fundamentais avaliados pelos debatedores foi o Fiagro, com 650 mil investidores e patrimônio líquido de R$ 44 bilhões. “O Fiagro chegou para ajudar e potencializar o mercado de ativos da securitização. Há espaço para crescimento desde que haja dados coerentes, conhecimento educacional para corroborar a tomada de decisão dos investidores”, destacou Flavia Palacios, diretora da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

A fundamental contribuição do cooperativismo foi lembrada por Raphael Silva de Santana, gerente Nacional de Agronegócios do SICOOB. “O protagonismo é do produtor e cabe ao cooperativismo de crédito estar presente em todas as praças. Acreditamos que o cooperativismo irá ajudar ao mercado de capitais acessar este público”, finalizou.

 

Homenagens – O Embaixador Alexandre Parola recebeu o Prêmio Ney Bittencourt de Araújo – Personalidade do Agronegócio, e a ex-Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira foi contemplada com o Prêmio Norman Borlaug – Sustentabilidade. As apresentações das homenagens foram feitas por Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG e de Marcelo Ribeiral, presidente do Grupo Agroceres e de Eduardo Assad, consultor do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), respectivamente.

A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) foi criada em 1993 com o objetivo de estabelecer dentro do agronegócio brasileiro uma organização no processo de desenvolvimento sustentável, aproximando o setor, e todos os seus stakeholders, da economia nacional e internacional. É a única associação que congrega todos os elos da cadeia, do campo à indústria, distribuição e serviços, sendo fundamental para o fortalecimento do sistema agroindustrial e das relações com o governo, iniciativa privada, entidades de classe e instituições de ensino. Com mais de 75 associados e uma forte presença no calendário de eventos do agronegócio, a ABAG traz também informações através de palestras, entrevistas, debates, fóruns, congressos, workshops e feiras, que são fundamentais para o avanço do mercado e de nossos profissionais.

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