Sedimentos e matéria orgânica na captação comprometem emissores, desgastam equipamentos e elevam os custos operacionais. Entenda como a irrigação eficiente começa na qualidade da água
A qualidade da água captada para irrigação exerce um papel determinante no desempenho do sistema. Ainda que invisíveis à primeira vista, partículas como areia, folhas, matéria orgânica e resíduos em suspensão podem comprometer a eficiência hídrica e provocar danos progressivos aos equipamentos. O acúmulo desses elementos nos emissores afeta a distribuição da água, sobrecarrega as bombas e torna o manejo mais custoso e imprevisível.
Sistemas de irrigação que operam com água bruta estão sujeitos a entupimentos frequentes, perda de uniformidade e desgaste prematuro de componentes, o que compromete diretamente a produtividade da lavoura. O impacto, muitas vezes subestimado, se manifesta em áreas com irrigação irregular, maior necessidade de intervenções técnicas e aumento dos custos operacionais. Cuidar da qualidade da água desde a captação é, portanto, um fator estratégico para quem busca segurança, desempenho e resultados consistentes no campo.
“Sistemas que operam com água bruta exigem mais manutenção corretiva e apresentam menor vida útil, tanto nas bombas quanto nas tubulações e emissores. O produtor muitas vezes só percebe o problema quando os efeitos já comprometeram parte da produtividade”, explica Carlos Jacobucci, gerente comercial da Jacobucci Soluções em Irrigação Eficiente.
A irrigação eficiente começa na origem. Quando a água captada chega filtrada, os emissores trabalham com estabilidade, as bombas operam com menor desgaste e a lavoura recebe a reposição hídrica necessária no tempo e na medida certa. O que parece um detalhe técnico é, na prática, um fator decisivo para o desempenho da produção rural.
Adotar práticas de irrigação eficientes requer atenção desde o primeiro ponto do sistema: a captação da água. Quando esse processo é bem dimensionado e a água captada chega filtrada, os emissores operam com estabilidade, as bombas trabalham sob menor esforço e a lavoura recebe a reposição hídrica necessária com precisão. O que à primeira vista pode parecer um detalhe técnico, revela-se na prática, um fator decisivo para o desempenho da produção rural, com impactos diretos na produtividade, nos custos operacionais e na durabilidade dos equipamentos.
“Investir na qualidade da água desde o início é uma forma de proteger todo o sistema e reduzir gastos ocultos com reparos, trocas e perdas operacionais. Com um dimensionamento técnico bem feito, é possível economizar milhares de reais por safra, além de aumentar a previsibilidade da operação”, reforça Jacobucci.
A turbidez da água utilizada na irrigação nem sempre está relacionada apenas à qualidade da fonte hídrica, mas também à ausência de mecanismos adequados de proteção na captação. Em muitos sistemas, a água é bombeada diretamente de rios, açudes ou represas sem a devida filtragem, carregando consigo resíduos sólidos que se acumulam no sistema e comprometem seu desempenho ao longo do tempo. Esse processo afeta diretamente a regularidade do fornecimento de água, prejudica a absorção de nutrientes pelas plantas e dificulta o planejamento agrícola em ciclos mais longos.
Em sistemas mais complexos, como os de pivô central ou gotejamento, esse tipo de contaminação pode gerar efeitos em cascata. Entupimentos parciais nos emissores muitas vezes não são percebidos de imediato, mas causam variações na vazão, queda na uniformidade e perdas de rendimento que só se tornam evidentes no momento da colheita. A sobrecarga das bombas para manter a pressão compensatória, por sua vez, aumenta o consumo de energia e reduz a vida útil dos equipamentos, elevando os custos operacionais da propriedade.
A solução para esse cenário começa com o investimento em soluções de proteção adequadas na etapa de captação. Crivos autolimpantes, válvulas com balsa e filtros de tela são tecnologias que atuam diretamente na remoção de detritos antes que eles entrem na linha principal do sistema. Esses equipamentos trabalham de forma contínua, sem necessidade de intervenções manuais frequentes, e garantem um fluxo estável mesmo em condições adversas, como baixa lâmina d’água ou alta concentração de sedimentos.
A irrigação de alto desempenho começa antes mesmo da água entrar no sistema. Ao garantir que a captação seja feita com os recursos certos, o produtor reduz riscos, amplia a vida útil dos equipamentos e melhora os resultados no campo. “A diferença entre um sistema que entrega produtividade e outro que gera prejuízo pode estar justamente na qualidade da água captada. Investir em soluções eficientes desde o início é deixar de apagar incêndios para começar a gerir com previsibilidade”, conclui Jacobucci.
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