Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio (ALMA) encerrou as atividades de 2024 com evento presencial em SP, lançamento de livro celebrando cinco anos de atividade e um painel sobre o impacto da mulher na gestão de pessoas e na sustentabilidade
Mais de 500 mulheres já foram capacitadas em temas como liderança, finanças, inovação, marketing e sustentabilidade
O ciclo de atividades da Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio (ALMA) deste ano foi encerrado nesta terça-feira, em São Paulo (SP), após uma jornada de dois dias repleta de novas experiências e ricas oportunidades. A academia, iniciativa da Corteva Agriscience em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e a FIA Business School, busca incentivar o protagonismo feminino no agronegócio.
Neste ano, a ALMA formou mais de 150 alunas, entre as turmas de Liderança, ESG e Visão Financeira e Comercialização. Desde seu início, em 2019, o programa já capacitou mais de 500 mulheres em temas como liderança, finanças, inovação, marketing digital, comércio e sustentabilidade.
O objetivo da jornada foi preparar as mulheres – em sua maioria, produtoras rurais, vindas de diversas regiões do país – para assumirem o protagonismo no agronegócio e melhorar a gestão na propriedade rural. Durante o curso, além das aulas teóricas, seminários e estudos de caso, as alunas elaboraram os projetos de conclusão, que foram apresentados no encerramento. As alunas da ALMA tiveram encontros quinzenais, entre abril e outubro, distribuídas entre módulos com sete horas de duração.
A novidade da ALMA em 2024 foi o curso de Gestão Financeira e Comercialização, voltado para as alunas que já tinham passado pelo primeiro ciclo, sobre liderança e protagonismo feminino. O programa foi dividido em módulos e abordou temas como custo de produção do negócio rural; visão financeira; comercialização, risco e instrumentos de proteção; política agrícola e mecanismos de financiamento.
Encerramento da Jornada ALMA e os aprendizados – As produtoras rurais tiveram uma intensa programação ao longo dos dias 21 e 22 de outubro. A palestra de abertura, “A Minha Participação na ALMA”, foi conduzida por Gaya Machado, doutoranda em psicologia, especialista em neurociência comportamental, psicologia positiva e desenvolvimento do potencial humano. Ainda no primeiro dia de atividades, foi realizada uma oficina de media training como forma de apoiar as mulheres na comunicação que possam vir a fazer sobre o trabalho que desenvolvem em suas propriedades.
No segundo dia, o destaque foi o painel “Cenário Político e Econômico e Mercado de Commodities”, com o economista Sérgio Valle e a analista de mercados Heloisa Melo, com mediação da jornalista Renata Maron. Na parte da tarde foi realizado o painel “O impacto da mulher na gestão de pessoas e na sustentabilidade”, composto por Ana Buchain, vice-presidente de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social da B3; Tatyane Luncah, fundadora da Escola Brasileira de Empreendedorismo Feminino; e Ana Claudia Cerasoli, vice-presidente global de integração da Stoller e da Symborg, empresas adquiridas pela Corteva Agriscience.
“Acreditamos na importância do fortalecimento do papel da mulher no agronegócio e, por meio da ALMA, estamos abrindo oportunidades para que essas mulheres ganhem mais visibilidade no setor e conquistem novos espaços”, observa Rosemeire dos Santos, Líder de Relações Governamentais para Proteção de Cultivos e Biológicos, da Corteva Agriscience no Brasil e uma das idealizadoras da academia.
Para Christiane Leles, professora da FIA Business School e coordenadora pedagógica da ALMA, o êxito do programa se vê pelas fortes conexões estabelecidas entre as participantes. “Nossa maior medida de sucesso é o interesse das alunas em continuar participando da ALMA, tanto que a cada ano percebemos um interesse maior pelo Programa ALMA alumni. Além de terem acesso a novos conteúdos e se aprimorarem, as produtoras querem continuar fazendo parte da rede de relacionamentos que a ALMA proporciona”, explica a professora.
“A ALMA tem contribuído para reforçar um importante pilar do agronegócio brasileiro, que é a presença crescente da liderança feminina. Esse movimento inspira, transforma e revigora o ambiente de modernidade e inovação que já existe nas propriedades rurais, e que é fundamental para que o Brasil continue ganhando espaço no mundo como um dos maiores fornecedores de alimentos, fibras, energias renováveis produzidas de forma cada vez mais sustentável”, afirma Gislaine Balbinot, diretora-executiva da ABAG.
Livro “ALMA, substantivo feminino” – Um dos pontos altos da cerimônia de encerramento do programa deste ano foi o lançamento do livro “ALMA, substantivo feminino: A história da academia de liderança que estimula o conhecimento e o protagonismo da mulher no agronegócio”. O livro é distribuído em formato digital (e-book) e foi escrito por Suelen Farias, Christiane Leles e Camila Mourad. A obra celebra as experiências vividas pelas produtoras agrícolas ao longo da Jornada ALMA, com depoimentos inspiradores que mostram como as mulheres estão mudando a dinâmica do campo, desconstruindo barreiras e reescrevendo grandes histórias.
O livro traz ainda uma pesquisa realizada com as alunas da ALMA, em que a capacitação técnica e as oportunidades de networking estratégico são citadas como destaques da experiência. “Os resultados da pesquisa com as alunas estão alinhados com o que a teoria diz: redes fortes ajudam mulheres a se posicionarem melhor e a alcançar níveis superiores de tomada de decisão”, explica Christiane Leles. As participantes indicaram que, após a vivência na ALMA, passaram a se verem como protagonistas, aumentaram o envolvimento com associações e grupos de produtores rurais e assumiram cargos de liderança.
Histórias inspiradoras – A importância da ALMA na trajetória pessoal e profissional das alunas se reflete no entusiasmo com que elas se referem ao programa. “Dentro da ALMA, tive o meu maior crescimento porque o conhecimento é libertador. A iniciativa me trouxe ferramentas poderosas de gestão e de liderança que me ajudaram e também ajudaram a transformar a vida de muitas mulheres”, conta a produtora Marisa Helena Contreras. Gestora da Fazenda Capoeira Coffee, em Areado (MG), ela é reconhecida como a maior produtora de café especial de baixa altitude do mundo. Engajada no empreendedorismo feminino, Marisa acredita que as mulheres são agentes de transformação da sociedade.
A aluna Simoni Tessaro Niehues, do Sítio Santa Mônica, em Serranópolis do Iguaçu (PR), ressalta a importância dos conhecimentos técnicos adquiridos ao longo do ano, especialmente os conteúdos ligados às questões financeiras do setor. “É com base neles que conseguimos mapear o que está funcionando e aquilo que é realmente viável ou não. A educação financeira nos dá um direcionamento daquilo que podemos fazer”, explica a produtora vencedora de diversos prêmios do setor.
São experiências transformadoras que se acumulam ano após ano, desde o início do programa, como é o caso de Silvia Suzuki Nishikawa, da Tri-S Agronegócios, em São Gotardo (MG), participante da primeira edição da academia. “Na ALMA, a gente sente a verdadeira importância das mulheres como empreendedoras. Com a ALMA, podemos construir um negócio, realizar sonhos, trazer benefícios à comunidade, à sociedade e à nação. Podemos saber o caminho a seguir, para construir um legado para as próximas gerações”, conta a produtora.
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A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) foi criada em 1993 com o objetivo de estabelecer dentro do agronegócio brasileiro uma organização no processo de desenvolvimento sustentável, aproximando o setor, e todos os seus stakeholders, da economia nacional e internacional. É a única associação que congrega todos os elos da cadeia, do campo à indústria, distribuição e serviços, sendo fundamental para o fortalecimento do sistema agroindustrial e das relações com o governo, iniciativa privada, entidades de classe e instituições de ensino. Com mais de 75 associados e uma forte presença no calendário de eventos do agronegócio, a ABAG traz também informações através de palestras, entrevistas, debates, fóruns, congressos, workshops e feiras, que são fundamentais para o avanço do mercado e de nossos profissionais.
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