Caso a projeção de lucratividade bruta positiva se concretize, será o 18º ano consecutivo de avanço na renda de soja no Brasil

Levantamento inicial realizado pela DATAGRO Grãos sobre a perspectiva de renda para os sojicultores brasileiros na safra 2023/24, que começará a ser plantada no próximo mês, sinaliza mais uma temporada remuneradora, embora possivelmente aquém dos excelentes desempenhos de 2021 e 2022, e até mesmo do razoável ano de 2023.

Observa-se que a combinação das variáveis que determinam a lucratividade bruta, definida como a relação entre a receita obtida e o custo de produção, deve pender mais uma vez para o lado positivo para a maior parte dos sojicultores. “A amplitude irá variar de estado para estado, a depender dos resultados obtidos em termos de produtividade média”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.

Leva-se em conta boa expectativa de produtividade média, bom nível tecnológico e influência de um El Niño de moderada a forte intensidade, que normalmente é associado a safras cheias na América do Sul. “Também no lado favorável a percepção de que a safra será plantada com custos de produção bem menores, notadamente para as despesas diretas de custeio. Já no lado limitante, por enquanto temos a sinalização de preços médios conservadores sobre o ano atual, apesar das incertezas trazidas pela continuidade do conflito na Ucrânia”, pondera França Junior.

A safra 2023/24 deve ser marcada pela expressiva retração nos custos operacionais de produção da soja no Mato Grosso, Paraná e Goiás. Vale ressaltar que essa retração acontece sobre uma base muito elevada, depois dos fortes aumentos registrados nas duas últimas safras. “De saldo, diferentemente do ano passado, temos a diminuição de gastos com insumos e alguma retração no padrão da taxa de câmbio na temporada; por outro lado, o aumento expressivo nos custos fixos”, ressalta o líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.

Caso a projeção de lucratividade bruta positiva se concretize, será o 18º ano consecutivo de avanço na renda de soja no Brasil. “A princípio, temos sinalizações não muito distantes dos também interessantes resultados de 2023, embora abaixo dos excepcionais números de 2020, 2021 e 2022, com indicação de cenário mais conservador de preços domésticos, mas custos de produção bem menores e boa produtividade média”, destaca França Junior.

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