Presente em mais de 55% das áreas de agricultura irrigada, o sistema é o mais usado no Brasil. Especialista dá dicas de como fazer essa revisão do equipamento durante época de chuvas

Há um bom tempo a irrigação já se consolidou como uma das principais responsáveis pelas consecutivas quebras de recordes nas safras brasileiras. Para se ter uma ideia, mesmo ocupando apenas 7% da área agricultável do Brasil, a agricultura irrigada responde por cerca de 40% do valor gerado pela produção agrícola no País, segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os modernos sistemas de irrigação possibilitam o cultivo em regiões com escassez mais acentuada de água, como o semiárido brasileiro, ou em locais com extensos períodos de estiagem, como a região central do Brasil.

A irrigação por pivô central é hoje a mais usada no Brasil, presente em mais de 55% das áreas de agricultura irrigada no país, conforme números da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI) da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Mas, para assegurar toda essa produtividade por muito mais tempo, é necessário saber quando fazer a manutenção desses equipamentos.

Segundo o gerente corporativo de montagem do Grupo Pivot, Júnior Moreira, o período chuvoso é o momento ideal para a revisão do sistema de pivô central, justamente para que no tempo de seca ele esteja pronto para funcionar e não comprometer o ritmo de produtividade. “Neste período de muita chuva é indicada a revisão do pivô, devido não ter necessidade de utilizá-lo. Revisamos agora para que, no tempo de seca, o equipamento esteja com maior disponibilidade”, explica.

Ainda sobre a manutenção dos sistemas de irrigação por pivô central, Júnior Moreira chama a atenção para os componentes elétricos e rastos do pivô. “Durante a época de chuva é preciso ficar atento à parte elétrica do equipamento, especialmente devido às descargas elétricas que são mais frequentes nesse período. Outra parte para a qual se deve ter atenção são os rastros feitos pelo pivô. É recomendável verificar se eles não estão deixando uma marca muito funda no solo, pois isso pode interferir no funcionamento da máquina”, orienta.

 

Aferição – O gerente corporativo da Pivot também ressalta a importância de aferir periodicamente o sistema de irrigação da máquina. “A uniformidade de distribuição de água é avaliada através das lâminas de irrigação, que servem para avaliar a qualidade de distribuição de água pelo sistema. O que pode variar de acordo com cada cultura. Por isso, é necessário fazer essa averiguação com antecedência’, informa.

Júnior explica que a uniformidade de distribuição de água é avaliada por meio de ensaios de campo chamados de ensaios de lâmina de irrigação ou “ensaios de canecas”.“A medição desses índices serve para avaliar a qualidade de distribuição de água pelo sistema, que quanto maior for a mesma, melhor será o desempenho da irrigação instalada”, esclarece.

 

Complementação hídrica – Apesar de serem mais exigidos nos períodos de seca, os pivôs centrais também ajudam durante a época de chuva, especialmente quando os índices pluviométricos ficam abaixo da expectativa ou para complementar as necessidades hídricas de alguns tipos de lavouras. “Como há lavouras que exigem alguns milímetros de água, independente de chover o suficiente ou não, o pivô central pode ser usado como complemento para não ter perdas de lavouras”, esclarece Júnior Moreira.

Segundo dados do Programa Nacional de Agricultura Irrigada (Irriga+Brasil) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizado em 2022, Goiás possui mais de 511 mil hectares de área irrigada, a quarta maior entre os estados. À frente dos goianos estão a Bahia, com 525 mil ha, Minas Gerais com 961 mil ha e Rio Grande do Sul com 1 milhão e 163 mil (ha).


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