Estudo realizado com aporte financeiro da Fapesp visa incrementar a biossíntese de compostos bioativos

O alecrim é uma planta versátil por ter várias utilizações nos segmentos industriais de cosméticos, medicamentos fitoterápicos e alimentos, tanto como tempero quanto como conservantes. Está em andamento na Unoeste uma pesquisa com essa planta e que atende ao interesse de várias indústrias. Estudo com a sua importância reconhecida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), através da aprovação da solicitação de aporte financeiro de R$ 65 mil e ainda com a concessão de bolsa de treinamento técnico para biólogo que faz mestrado em agronomia.

A pesquisa “Elicitação em Romarinus offinalis [nome científico do alecrim] visando incrementar a biossíntese de compostos bioativios de interesse industrial” tem como responsável a Dra. Ana Cláudia Pacheco e o envolvimento do Dr. Tiago Benedito dos Santos, ambos vinculados ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, que oferta mestrado e doutorado. O aluno bolsista é Mateus Modesto Bosisio. A produção científica tem o caráter interinstitucional, com a contribuição do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e as participações de pesquisadores da Universidade Paranaense (Unipar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

 

Parceiros importantes – Pela Unipar, campus de Umuarama, estão envolvidas as doutoras Hélida Magalhães e Silvia Hulse. Pela UFPR, o Dr. Cícero Deshamps e a Dra. Alessandra Ferreira Ribas. Pelo IAC, a Dra. Eliane Gomes Fabri, com o fornecimento das mudas de alecrim e material genético de reconhecida procedência. A pesquisa é desenvolvida junto ao Centro de Estudos em Ecofisiologia Vegetal do Oeste Paulista (Cevop), instalado no campus II da Unoeste. As mudas são cultivadas em casa de vegetação desde fevereiro e até o final deste mês serão colhidas para, então, serem iniciadas as análises em laboratório do Cevop e no Laboratório de Genética Molecular.

O projeto de pesquisa utiliza uma técnica chamada elicitação, considerada rápida e eficiente para aumentar a concentração de compostos bioativos em plantas. Conforme a Dra. Ana Cláudia, para fazer a elicitação são utilizadas substâncias naturais ou sintéticas. O projeto trabalha com duas substâncias: ácido salicílico (elicitor sintético) e extrato de alga marinha (elicitor natural). São substâncias que modificam o metabolismo da planta e a expressão gênica, gerando ganhos de biomassa vegetal, maior volume de produção e aumento de todos os compostos ativos.

 

 

O biólogo Mateus, Dr. Tiago e Dra. Ana Cláudia em meio ao experimento com alecrim
© Homéro Ferreira

Em duas etapas – A pesquisa está divida em duas etapas. A 1ª primeira é com aplicação das substâncias elicitoras nas plantas e a consequente avaliação de qual delas irá gerar os melhores resultados de produção de óleo essencial e de ácido carnósico. A 2ª será o estudo da expressão gênica relacionada com a síntese do ácido carnósico, para saber como as substâncias, que foram aplicadas nas plantas, interferem nesse ácido cujo composto, de interesse industrial, é exclusivo de duas plantas: a sálvia e o alecrim; sendo que as concentrações no alecrim são maiores do que na sálvia.

 

A Dra. Ana Lúcia, acompanhada do Dr. Tiago, conta que o projeto aprovado pela Fapesp no final do ano passado teve rápida tramitação. O que se deu pelo caráter de ineditismo, já que não existe informação na literatura científica sobre o efeito da elicitação em cima do ácido carnósico. “Já existem trabalhos de elicitação, mas não em relação ao ácido carnósico. Portanto, estamos empenhados em oferecer grande contribuição para o conhecimento científico”, disse sobre o projeto de dois anos, com a conclusão programada para o final de 2023.

 

Eventos de peso – O importante estudo terá a divulgação dos resultados preliminares no 18º Brazilian Congresso of Plant Physiology que este ano terá em conjunto o 1º Ibero-latinoamerican Congress os Plant Bioloy. Eventos da Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal e que serão realizados de 6 a 9 de setembro em Porto Alegre. São realizações de peso, com as participações de pesquisadores brasileiros de várias partes do mundo, de importantes universidades e institutos de pesquisas.


Imprensa Unoeste
(18) 3229-1185 | unoeste.br