Especialista indica a utilização do controle biológico como uma das principais soluções para eliminar pragas no campo e não prejudicar a saúde dos animais

As pragas estão entre as principais dores do agronegócio brasileiro. De acordo com  dados da Embrapa Gado de Corte, anualmente o prejuízo para o setor causado por pestes no campo chega a marca de US$ 3 bilhões (mais de R$ 15 bilhões). Diante desse cenário, nos últimos anos o mercado tem recorrido cada vez mais a soluções naturais para enfrentar o problema, como o controle biológico. Nesse sentido, a startup de biotecnologia Decoy Smart Control é protagonista por ser a primeira empresa no mundo a utilizar a prática na agropecuária, sendo que a tecnologia é difundida somente na agricultura.

Segundo o CEO da empresa, Lucas von Zuben, a solução garante que não haja a queda na produção, o que poderia acontecer com o uso de pesticidas. “Para um produtor de leite, por exemplo, a utilização de químicos torna o descarte do leite produzido no período de aplicação necessário, pois deixa resíduos. Essa situação já é diferente com o controle biológico, em que o produto não precisa ser descartado”, diz. “As pragas causam danos aos produtores de bovinos no Brasil que podem chegar a 20% de redução no ganho de peso dos animais, sem considerar outros gastos, como o aumento nos custos pela aquisição de produtos antiparasitários”, completa.

A tecnologia biológica não gera prejuízos à agropecuária justamente por não trazer malefícios à saúde do animal em qualquer fase de sua vida (bezerros, vacas prenhes, animais debilitados, etc.), além de também preservar o ser humano e o meio ambiente. “É um modelo que não prejudica o sistema imunológico do bovino”, ressalta o CEO. “Dessa forma, os animais mantêm uma boa estrutura para enfrentar a doença em questão e se recuperam bem para caso voltem a adoecer”, explica.

No Brasil, as doenças parasitárias mais comuns em bovinos são: tristeza parasitária bovina, parasitoses gastrintestinais mistas, hemoncose, dictiocaulose, fasciolose e eimeriose. A seguir, entenda cada uma delas e como elas podem afetar o agronegócio.

 

Tristeza Parasitária Bovina – Complexo de doenças frequente em bovinos, a TPB é causada por protozoários da espécie Babesia bovis e Babesia bigemina, provocando uma hemoparasitose – a babesiose – e pela Rickettsia Anaplasma marginale, que provoca a anaplasmose. Os principais sinais clínicos encontrados nos animais doentes são febre, anemia, fraqueza, apatia e pelos arrepiados, os deixando sem brilho e fracos.

Hoje, a doença pode ser tratada com os medicamentos corretos prescritos pelo médico veterinário. “Como a babesiose apresenta o carrapato Boophilus microplus como único vetor biológico, é ideal fazer o controle da praga tanto nos animais quanto na pastagem”, afirma Lucas von Zuben.

 

Parasitoses gastrintestinais mistas – Os principais agentes desta peste são os gêneros Trichostrongylus. Por se tratar de helmintos pulmonares, os sintomas podem variar de tosse moderada até persistente, com aumento da frequência respiratória. Além disso, infecções severas nos bovinos são acompanhadas da perda de produção e produtividade.

Outro agente da doença é o parasita intestinal Cooperia, que pode causar diarreia, anorexia e desidratação. O Ostertagia também ocasiona perda de peso, diarreia e inapetência, além de edemas submandibulares, assim como na presença do Nematodirus e Oesophagostomum.

No caso do Strongyloides, em exames clínicos observa-se a desidratação, dispnéia, mucosas hipocoradas e diarreia não sanguinolenta. Já em hemogramas, nota-se a anemia, leucocitose e hipoproteinemia.

 

Hemoncose – Causada pelo Haemonchus contortus, a doença tem ovinos como os hospedeiros mais suscetíveis a esse parasita. O nematoide afeta o trato gastrointestinal e gera lesões hemorrágicas, fator que resulta em perdas na produção ou morte do animal.

 

Dictiocaulose – É uma afecção respiratória decorrente de helmintos do gênero Dictyocaulus spp. A doença também é considerada uma potencial causa de queda na produtividade, por levar muitos bovinos à morte.

 

Fasciolose – Neste caso, o verme Fasciola hepatica se instala no fígado dos animais. Além de poder ser mortal, também traz a possibilidade de redução na produção de carne e leite dos bovinos.

 

Eimeriose – A doença afeta o sistema digestivo, principalmente, de animais jovens, com idade compreendida entre quatro semanas e um ano. Dessa forma, é um problema que tende a trazer perdas econômicas significativas ao produtor, por causar fortes diarreias e perda de peso.

A Decoy é uma startup brasileira de biotecnologia focada na pesquisa e no desenvolvimento de produtos para o controle de pragas em animais de produção. A partir do conhecimento adquirido no universo acadêmico, a empresa encontrou uma forma muito mais eficaz de controlar pragas, de forma biológica, precisamente estratégica e natural. A Decoy é a primeira empresa a levar a inteligência do controle biológico para a área de saúde animal. Suas soluções utilizam conceitos de equilíbrio e manejo integrados, dispensando o uso de agrotóxicos, proporcionando um controle mais efetivo e ecologicamente adequado. Localizada em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, polo de inovação para o setor agropecuário, a startup conta com um ambiente extremamente favorável à geração de novas descobertas e soluções inteligentes para o mercado.

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