É preciso buscar novos canais de venda e repensar formas de relacionamento e atendimento do cliente

Apesar de não haver risco de desabastecimento de alimentos no país em virtude da pandemia do novo Coronavírus, os pequenos produtores rurais enfrentam o desafio de chegar até o cliente que, por prevenção, mudou os hábitos de consumo e basicamente tem se alimentado dentro de casa. Com a perda dos principais canais de venda, que são as feiras, bares e restaurantes fechados temporariamente, os donos de pequenos negócios rurais devem buscar novos canais de comercialização e repensar formas de relacionamento e atendimento ao cliente.

Diante de um momento de crise, é hora de buscar soluções para o negócio e enxergar novas possibilidades, que incluem a realização de parcerias, sejam elas por meio de associações ou cooperativas, para fazer as entregas (delivery) e aumentar o mix de produtos. Além disso, é importante encarar a situação como uma oportunidade de se aproximar do cliente, ouvindo demandas e, assim, fidelizá-lo para que se lembre do seu negócio depois que a crise passar. Por exemplo, como muitos profissionais estão trabalhando em casa em regime de home office, pode ser uma oportunidade para agregar valor ao produto entregando-o em porções menores, já acondicionadas em kits específicos, como um kit de frutas, kit de folhosas e raízes e etc. Também vale incluir um brinde na hora da entrega ou até mesmo uma sugestão de receita.

O produtor rural Edson Vieira Porto, da Fazenda Nova em Gameleira de Goiás, faz parte da Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica de Goiás (ADAO-GO). Com o fechamento das feiras, ele concentrou a venda da produção de orgânicos nas entregas em domicílio aos sábados. Para oferecer variedade de produtos, ele e um grupo de produtores se organizaram para atender ao aumento da demanda pelo serviço. “Ofereço uma lista de produtos para meus clientes e, a partir dos pedidos, pego o que não tenho com outros produtores e vice-versa. Assim garantimos um mix de produtos para satisfazer o cliente”, contou. Ele avalia que, neste momento, as demandas por delivery podem oferecer vantagens. “É uma venda mais garantida porque só colhemos o que está nos pedidos e não corremos o risco de voltar com os produtos, como às vezes acontece nas feiras”, contou.

O Sebrae recomenda que este momento de quarentena também seja uma oportunidade para os pequenos produtores rurais reunirem a família para discutir e planejar o empreendimento rural com ações de curto, médio e longo prazo. Além disso, devem rever os investimentos da produção para a próxima safra e, se os recursos estiverem apertados, reprogramar a produção, plantando em menos áreas da melhor forma possível sem esquecer da qualidade do processo produtivo.

Atento às necessidades específicas desses empreendedores, o Sebrae preparou um conjunto de sugestões que podem ser adotadas para minimizar os prejuízos com a pandemia do novo Coronavírus:

    • Estabeleça novos canais de comercialização, principalmente de pequenos mercados locais. Existe uma tendência de os consumidores buscarem esse pequeno negócio;
    • Explore plataformas de comercialização e/ou vitrine de produtos online para encontrar novos clientes. O Sebrae criou a plataforma Mercado Azul para anúncio de produtos e serviços;
    • Utilize as redes sociais para divulgar seus produtos e agendas de entregas, criando uma rotina semanal. Ao divulgar a lista de produtos disponíveis, separe-os por grupos de alimentos para melhor visualização;
    • Estabeleça um dia e horário da semana para realizar as entregas aos clientes, sempre evitando a aglomeração e o contato físico com as pessoas neste momento. Não se esqueça que é preciso disponibilizar os produtos de forma segura e em condições adequadas de higiene e transporte;
    • Utilize a criatividade para o condicionamento do seu kit de produtos por cliente fidelizado para facilitar as entregas. Para isso, realize um planejamento prévio dos produtos que cada cliente deseja consumir semanalmente.

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