O cultivo é feito, em especial, nas regiões próximas à capital por pequenos produtores que anteriormente se dedicavam à produção de hortaliças ou pecuária

O Estado de São Paulo concentra hoje a maior produção de cogumelos do Brasil e, graças ao trabalho de orientação aos produtores rurais realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, vem conquistado resultados relevantes, em termos de geração de renda e qualidade do alimento. Atualmente, 505 produtores distribuídos em 93 municípios paulistas produzem cerca de 12 mil toneladas de cogumelos por ano.

O cultivo é feito, em especial, nas regiões próximas à capital, como Sorocaba, Mogi das Cruzes e Bragança Paulista, por pequenos produtores que anteriormente se dedicavam à produção de hortaliças ou pecuária, e decidiram apostar nos cogumelos. Em muitos casos, a atividade se tornou a principal renda das famílias.

Essa realidade foi possível porque o cogumelo é um dos alimentos que mais se beneficiou com o boom de restaurantes japoneses inaugurados no Brasil entre 2005 e 2010. Hoje, 80% dos produtores brasileiros de cogumelos são pequenos e médios agricultores familiares.

O súbito interesse dos brasileiros pela cozinha asiática em geral trouxe para as panelas e para os pratos os cogumelos frescos. Em 1996, cada brasileiro consumia, em média, 30 gramas de cogumelo ao ano. Mais de duas décadas depois, consomem cinco vezes mais.

Com mais gente querendo experimentar os sabores dos diversos tipos de cogumelos, este mercado tem crescido e se especializado cada vez mais. O arquiteto Iwao Akamatsu é um exemplo de quem soube aproveitar a oportunidade, especializando-se no cultivo em blocos. A estratégia imita o habitat natural dos cogumelos, pois na natureza, a maioria cresce em troncos ou ao redor de árvores na floresta.

“Eu havia saído de uma empresa de projetos e consultoria em 1995 e resolvi tentar uma coisa por conta própria. Foi quando meu sogro veio com a ideia de produzir cogumelo. Nunca tinha ouvido falar. Começamos produzindo 400 blocos por mês. Hoje, produzimos em torno de 150 mil unidades de substrato”, contou.

Akamatsu conta que a relação com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento é antiga, e tem auxiliado a produção em vários momentos. “O mais importante foi a criação da Câmara Setorial de Fungicultura, pois pela primeira vez, fomos oficialmente reconhecidos como uma categoria profissional que exerce uma atividade econômica”, afirmou, destacando que esse foi o primeiro passo. “Ela nos possibilita regulamentar a atividade, estabelecer padrões mínimos de qualidade e atuar junto aos órgãos para que possamos crescer, prosperar e competir com os demais setores”, disse.
O produtor destaca ainda o importante apoio técnico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria, por meio do pesquisador Daniel Gomes, que é especialista no tema. “Temos na Secretaria profissionais que nos ajudam a melhorar tecnicamente, transmitindo informações para os produtores para que saibam manipular o cogumelo de forma correta”, explicou Akamatsu.

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