São Paulo monitora comércio e tem controle biológico como alternativa

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou dados que derrubam a ideia de que a agricultura brasileira é uma das que mais consome agroquímicos no mundo. O Brasil aparece em 44º lugar no ranking sobre o uso de defensivos agrícolas, com consumo relativo nacional de 4,31 quilos de agroquímicos por hectare cultivado em 2016. Logo após o Brasil, aparecem a Alemanha, em 47º lugar; a França, em 48º; e a Espanha, em 49º. Entre os países europeus que utilizam mais defensivos que o Brasil, aparecem os Países Baixos (9,38 kg/ha), Bélgica (6,89 kg/ha), Itália (6,66 kg/ha), Montenegro (6,43 kg/ha), Irlanda (5,78 kg/ha), Portugal (5,63 kg/ha), Suíça (5,07 kg/ha) e Eslovênia (4,86 kg/ha).

Na produção paulista, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo acompanha de perto o uso destes produtos por meio do Sistema Gedave, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que monitora de forma online cada grama de agroquímico desde a compra até sua aplicação no campo.

O Instituto Agronômico (IAC), em Campinas, é referência no treinamento de aplicadores, garantindo segurança e sustentabilidade ambiental ao orientar o uso correto. O Programa IAC de Qualidade em Equipamentos de Proteção Individual (Quepia) completa 12 anos de atividades em julho e é direcionado ao estudo de normas e ao desenvolvimento e avaliação de padrões de qualidade para vestimentas de proteção para riscos químicos com defensivos.

Na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), a Secretaria fornece orientações aos produtores rurais e campanhas para o descarte correto de embalagens de defensivos: a embalagem é recolhida, lavada, limpa e reaproveitada. Casa da Agricultura e prefeituras fazem campanhas para o recolhimento dessas embalagens. Em 2018 foram
recolhidas 300 toneladas de embalagens.

Além disso, com a colaboração de 327 agricultores, que declararam a existência de cerca de 300 toneladas dos produtos ainda armazenados em suas propriedades, todo o volume de defensivos obsoletos foi identificado pela equipe da Secretaria de Agricultura, em uma parceria entre Coordenadoria de Defesa Agropecuária, CDRS, Cetesb e Inpev.

No Instituto Biológico (IB), no Laborat ório de Resíduos de Pesticidas (LRP), a Secretaria acompanha a utilização destes produtos para garantir que eles estão sendo usados de forma correta, para a cultura certa e na quantidade permitida por lei.

Para substituir ou complementar o uso dos químicos, a Secretaria desenvolve, também por meio do Instituto Biológico, o Programa de Transferência de Tecnologia e Inovação em Controle Biol ógico (Probio), que oferece assessoria anual aos produtores e empresários rurais. A assessoria inclui projeto de construção ou adaptação da estrutura, treinamento de funcionários, fornecimento das cepas e análises quali-quantitativas e de estabilidade dos inseticidas microbiológicos produzidos. 54 empresas, em 13 Estados, já foram assessoradas.

Entende-se como controle biológico, o uso de inimigos naturais e dos agentes biocontroladores para diminuir a popula ção de uma praga. Resumidamente, pode ser definido como um sistema natural de controle. No estado de São Paulo, por exemplo, aproximadamente 3 milh ões de hectares de cana-de-açúcar são tratados com fungo para o controle da cigarrinha.
Outro exemplo é o caso do vírus Baculovírus anticarsia, que foi utilizado para o controle da lagarta da soja.

O crescimento dos biocontroladores é de 15 a 20% ao ano, tendo como grande impulsionador o mercado de produtos orgânicos. Consequentemente, há previsão de aumento do uso dos biocontroladores, criando novas oportunidades de projetos de pesquisa e a formação de biofábricas. Novas empresas, inclusive multinacionais da indústria agroquímica, come çam a
olhar com mais atenção para o setor. Além disso, companhias estrangeiras começam a investir na compra de empresas brasileiras.

Produção sustentável e agroecológica também tem sido um tema constante de capacitações da CDRS. Alguns agricultores se preocupam com uma produção segura, ou seja, sem uso de defensivos agrícolas, procurando minimizar os impactos ambientais e conservar os recursos naturais.


Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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