A expectativa é de que instituições de diferentes áreas do setor produtivo possam compor a Rede, ampliando a abrangência do trabalho.

A entrada do Bradesco e da SOS Mata Atlântica foram algumas das novidades no evento que marcou o lançamento da Associação Rede ILPF, nesta quarta-feira, na Embrapa Sede, em Brasília. As instituições se juntam à Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e à própria Embrapa na parceria público-privada que está fomentando a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta no Brasil.

A Rede ILPF começou a atuar em 2012 e, agora, altera sua estrutura jurídica passando a ser uma associação de empresas. A mudança visa facilitar a entrada de outras instituições e ampliar a atuação do grupo.

Durante o evento de lançamento da Rede ILPF, os representantes das empresas participantes destacaram os resultados dos primeiros cinco anos, superando os objetivos traçados no início.

Vários exemplos de produtores que transformaram seu sistema produtivo com a ILPF foram citados, demonstrando como os resultados do trabalho chegaram até o campo e o impacto que tiveram.

“Nesse momento em que a gente inicia esta segunda fase, é importante que tenhamos um olhar na trajetória e nos desafios que teremos a partir de agora. Esse projeto dialoga muito bem com a agenda 2020 e 2030 e nos prepara para a agenda 2050”, afirma o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, referindo-se aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.

Citando os mais de 11 milhões de hectares com algum tipo de ILPF no Brasil, o presidente da John Deere no Brasil, Paulo Hermann, destacou o potencial que a tecnologia tem para transformar o sistema produtivo brasileiro e o desafio da ampliação do trabalho da Rede ILPF: Esta segunda etapa é desafiadora. Vamos aperfeiçoar o trabalho pois vamos ter muito mais recursos. Costumo dizer que não falta dinheiro, faltam bons projetos. Não tenho dúvida que teremos mais de dez empresas nessa associação”, afirmou.

A expectativa é de que instituições de diferentes áreas do setor produtivo possam compor a Rede, ampliando a abrangência do trabalho.

 

Programa 1 milhão de hectares com ILPF – Como associação, a Rede ILPF continuará o trabalho de transferência de tecnologia, capacitação de assistência técnica e de comunicação, buscando aperfeiçoá-lo. Além disso, terá foco na internacionalização, na agregação de valor por meio da certificação e na inovação.

Para isso, foi criado o programa “Rede ILPF: 1 milhão de hectares para a agricultura do futuro e a segurança alimentar no Brasil”. Trata-se de um projeto com oito eixos de ação que visa entre outras coisas criar um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) com base na ILPF, desenvolver um aplicativo de inteligência cognitiva para assistência técnica e produtores, certificar fazendas que adotem a tecnologia, gerar benefícios financeiros para os produtores e transferir a tecnologia para outros países da América Latina e África.

De acordo com o presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa, Renato Rodrigues, o objetivo é ter 1 milhão de hectares de ILPF participando do programa até 2030 e que essa área promova a mitigação de, no mínimo, 5 milhões de toneladas de CO² por ano.

A Rede ILPF vem desde o ano passado articulando parcerias com fundos internacionais como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e a Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). A expectativa é a de se formar um Fundo ILPF com participação de instituições internacionais e empresas parceiras. Esse fundo, além de custear as ações da Rede ILPF, permitirá a criação de uma linha de crédito para produtores rurais participantes do Programa.

 

ILPF em Números – A ILPF é uma tecnologia brasileira. Ela se caracteriza como uma estratégia de produção que integra a agricultura, a criação de animais e o plantio de árvores em uma mesma área, de modo a haver interação positiva entre os componentes e gerando benefícios sociais, ambientais e econômicos.

De acordo com pesquisa encomendada pela Rede ILPF, em 2016 o Brasil possuía 11,5 milhões de hectares com algum tipo de sistema integrado. 83% dessa área são formados por sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), 9% por ILPF, 7% por sistemas de pecuária-floresta (IPF) e 1% de integração lavoura-floresta (ILF).

Com base na pesquisa de 2016, a Plataforma ABC, grupo multi-institucional formado para acompanhar a redução das emissões de gases de efeito estufa, estima que na safra 2017/18 a área com sistemas integrados chegue a 14,6 milhões de hectares. A projeção é que até 2020 a área chegue a 19,3 milhões de hectares.

A ILPF é uma das apostas do governo brasileiro para cumprir os compromissos de redução de emissão de gases de efeito estufa assumidos internacionalmente.

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