O setor agropecuário tem reagido e incorporado uma série de cuidados para preservação da água, “um bem que, apesar de limitado, ainda é visto como infinito pela sociedade”.

Para debater os impactos das mudanças climáticas e as soluções para preservar os recursos hídricos, representantes dos setores público e privado participaram, nesta terça-feira, 21 de março de 2017, do seminário “Mudanças do Clima e Segurança Hídrica”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em comemoração ao Dia Mundial da Água, celebrado amanhã, dia 22. Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que participou da abertura do evento, nos últimos anos, o setor agropecuário tem reagido e incorporado uma série de cuidados para preservação da água, “um bem que, apesar de limitado, ainda é visto como infinito pela sociedade”.

“Passamos a cuidar para que a água possa ser depositada e utilizada de forma adequada pelos produtores. Realizamos ainda uma recalibragem e a melhoria da qualidade dos instrumentos de irrigação e do manejo da pecuária, além da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A questão dos recursos hídricos passou a orientar o uso nas atividades do setor, promovendo uma agricultura harmônica com o meio ambiente, conforme orientações do governador Geraldo Alckmin para a Pasta”, disse o secretário.

Para Arnaldo Jardim, a iniciativa da Fiesp de debater o tema denota uma postura pró–ativa, de discutir dois instrumentos indispensáveis para que esse cuidado tenha resultado. “Primeiro, é preciso promover o gerenciamento integrado dos recursos hídricos do setor público e privado e também discutir instrumentos econômicos para permear as boas práticas e sancionar aqueles que não se comportam de acordo com as regras, para não comprometer o comportamento de toda a sociedade. É o caminho para tornar mais eficaz uma política de cuidados com a água”, afirmou.
De acordo com o vice-presidente e coordenador do Comitê de Mudança do Clima da Fiesp, João Guilherme Sabino Ometto, “com essa iniciativa, a Fiesp espera contribuir para o debate da mudança do clima e implicações na economia nacional e reflexos no cenário internacional”.

Para o presidente do Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp, Walter Lazzarini Filho, o estresse hídrico que afetou a Região Sudeste e as alterações registradas também na Região Nordeste do País exigem uma mudança de postura. “A natureza está dando seu alerta. Como o apoio de todos, a Fiesp está levantando esta discussão para preservar os recursos hídricos”, avaliou.

Na abertura do encontro, foi lançado o estudo “Mudança do Clima: avaliação dos reflexos das metas de redução de emissões sobre a economia e a indústria brasileira”, desenvolvido sob a iniciativa e coordenação do Comitê do Clima da Fiesp que participa, desde 2009, das Conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança do Clima.

O trabalho visa fornecer subsídios às discussões de políticas públicas que envolvem o setor industrial a fim de manter sua competitividade e o desenvolvimento sustentável.

O segundo estudo, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aborda a Simulação de Sistema de Comércio de Emissões, para investigar potenciais impactos em uma economia global de baixo carbono, indicando possíveis custos advindos da adoção de diferentes estratégias e de potenciais modelos que possam ser adotados na precificação, objetivando a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
O evento contou ainda com a realização de mesa-redonda sobre estratégia e instrumentos econômicos aplicados à política de mudança do clima. No encerramento, a entrega da 12ª edição do Prêmio de Conservação e Reuso de Água, que divulga iniciativas das indústrias para reduzir o consumo e desperdício de água, o que leva a benefícios ambientais, econômicos e sociais.


Por Paloma Minke

Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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