Consumo de café cresce mais de 30% durante a pandemia e faz vendas da Veroo dispararem

 

O Brasil possui uma longa história com a produção de café, com as primeiras mudas plantadas em 1727 e se tornando o principal produtor em 1880, sustentando o título até os dias de hoje. Além do sucesso no exterior, a bebida é amada por muitos brasileiros. Uma pesquisa encomendada pela Jacobs Douwe Egberts (JDE), empresa possuidora de marcas como Pilão e L’or, apontou que o café é a bebida mais consumida pelos brasileiros – 3 a 4 xícaras por dia -, perdendo apenas para água.

O Brasil atualmente é o maior mercado consumidor e disparado o maior produtor de café do mundo. Apesar disso, na cafeicultura brasileira que é composta por mais de 300 mil produtores onde mais de 90% são considerados pequenos produtores e produtores de agricultura familiar, ainda assim a grande maioria desses produtores não têm nenhum acesso ao mercado e dificilmente conseguem ter visibilidade na cadeia onde ele é protagonista. Sem contar que esses mesmos produtores acabam ficando dependentes dos intermediários que acabam levando a maior fatia do lucro das produções.

Contudo, Gabriel Barruffini, em uma viagem para o exterior, percebeu o valor que o café tinha no mundo e resolveu voltar para o Brasil e investir criando novas formas de gerar oportunidade e transformação para os pequenos produtores de café e, com isso, criou a Veroo, uma marca nativa digital de cafés especiais, que nasceu com o propósito de criar soluções inovadoras para transformar e melhorar a cadeia de valor da produção cafeeira.

No atual cenário do café no Brasil, existe uma lacuna muito preocupante que deve ser preenchida e viemos para mudar essa história. Por anos e anos, o acesso às principais informações, técnicas e estratégias comerciais eram privilégio apenas dos grandes produtores que têm condições de investir nessas vertentes, porém, a mudança do comportamento do consumidor e a chegada das tecnologias que torna as soluções cada vez mais acessíveis e exponenciais, essa história começa a mudar.

“É o que fazemos na Veroo, entendemos o mercado de uma forma que muitas vezes nos chamam até de loucos, pois trabalhamos na total contramão do mercado, pois tentamos vender com o preço mais acessível possível para o consumidor final, mas pagando o máximo ao produtor, traduzindo na prática, hoje uma saca de café é vendida na média pelo mercado de commodity a R﹩700,00, mas aqui na Veroo estamos pagando em média 50% a mais, do outro lado, quando se vê alguma cafeteria ou marca que trabalha com cafés de alto padrão (+83 pts SCA) esse café custa muito caro, em média mais de R﹩ 140,00 por kg, e aqui na Veroo vendemos esses café por R﹩70,00 por kg e já com frete incluso. Isso é só o começo da transformação que queremos operar, acreditamos que quanto mais pessoas abraçando o nosso propósito, mais impacto poderemos gerar. Hoje ainda atuamos com uma quantidade pequena de produtores, mas temos perspectiva de um aumento exponencial nos próximos anos” , afirma.

Por fim, estamos literalmente propondo uma revisão da cadeia de valor, sabemos que é muito desafiador enquanto a maioria olha de uma forma ainda muito dentro da caixa, mas acreditamos que será muito positiva para todos os atores dentro dela”, explica Gabriel Barruffini, fundador e CEO da Veroo, ao lado de Rodrigo Saraceni, co-fundador.

 

A Veroo – Mas, a ideia de Gabriel não surgiu do nada. Ele atuou durante anos em uma produção de café familiar e percebeu que os produtores brasileiros ainda têm a tendência de seguir um modelo muito antigo, que acabam ficando estagnados e não consegue discriminar os cafés com características específicas ou pequenas produções que não conseguem competir com grandes negócios.

“Por isso, também, damos preferência à agricultura familiar. São histórias de superação e um produto com características quase artesanais, em relação ao manejo e à colheita principalmente – ações para as quais damos muito valor”, ressalta o CEO. As primeiras caixas e produtos do clube foram entregues em março de 2019. Por enquanto, 24 produtores foram revelados aos clientes

Falando em números, a Veroo, com pouco mais de 2 anos de existência, já entregou mais de 20.000 caixinhas na casa dos assinantes e quer dobrar o número até o final de 2021, mas para isso busca investidores que acreditem na democratização do café e queiram ajudar a transformar a realidade do café Brasileiro.

A proposta do clube Veroo é simples: todo mês um novo artista, como são apresentados os produtores, e uma região produtora é revelados ao assinante – ou seja, um novo café especial – por meio de uma “box” que é entregue à domicílio, em qualquer lugar do Brasil.

Dessa forma, os participantes do clube recebem uma caixa mensal, contendo o novo café selecionado, informativos sobre as características sensoriais dos grãos, a história do pequeno produtor responsável por aquele sabor e um mimo especial. O formato do produto fica à escolha do assinante: pode ser grão, moído ou cápsula.

Vale ressaltar que o termo “café especial” não é uma adjetivação dada à critério da empresa, mas sim por um órgão oficial, como explica Gabriel. “São aqueles que passam por um crivo de qualidade, avaliados acima de 80 pontos de acordo com a certificação internacional SCA (Specialty Coffee Association), mas hoje já falamos de um crivo ainda maior, aqui trabalhamos apenas com cafés acima de 83 pontos SCA. Então, todos os cafés que apresentamos possuem, no mínimo, essa pontuação”.

Tendo esse critério em vista, a seleção das produções que farão parte do clube, por sua vez, é realizada por meio da curadoria de Gabriel, que é também barista – profissional especializado em cafés de alta qualidade. Assim, ele fica responsável por garantir que apenas os melhores cafés chegarão aos assinantes e de contar as histórias dos produtores por trás desses sabores. “Faço entrevistas com eles, normalmente durante a visita in loco que fazemos para conhecer a produção. Assim, é o entrevistado que conta sua própria história”, revela o CEO.

A Veroo é uma marca nativa digital que opera inicialmente o clube Veroo de assinatura de cafés especiais, cujo propósito é levar um pouquinho do que acontece em cada origem produtora para dentro da casa do brasileiro que é apaixonado por café. Acreditamos e praticamos muito o Fair Trade, ou seja, trabalhamos na contramão do mercado, onde tentamos vender com o preço mais acessível possível para o consumidor final, mas pagando o máximo ao produtor. Só assim conseguiremos transformar a cadeia de valor desse produto tão especial para nossa cultura.

MGA Press
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