Medidas simples, como água limpa e fresca, melhoram a eficiência da conversão alimentar dos animais

Os produtores de leite podem aumentar sua produção oferecendo mais conforto às vacas. Sombra e água fresca, por exemplo, geram mais eficiência na conversão alimentar dos animais, ou seja: vacas em ambientes cobertos, sem estresse térmico, que têm acesso à água em quantidade e qualidade e que passam boa parte do dia deitadas para descansar e ruminar, transformam cada quilo de alimento que ingerem em uma quantidade maior de litros de leite.

Quando aplicadas corretamente, medidas comuns como essas podem refletir na saúde do rebanho, reduzir doenças, diminuir custos com medicamentos e ainda aumentar a produção da propriedade. “Isso representa menor custo por litro e maior rentabilidade para o produtor”, diz Ernane Campos, Gerente de Negócios Leite do Rehagro, empresa referência em educação para o agronegócio, localizada em Belo Horizonte (MG), que oferece uma gama completa de serviços incluindo consultoria especializada em fazendas por todo o país, cursos variados, análises laboratoriais além de pesquisas especializadas.

A alimentação responde por cerca de 50 a 60% do custo de produção, portanto fazer o alimento resultar em maior volume de leite é essencial para o retorno financeiro da atividade.

“A atividade leiteira está sujeita a fatores que fogem ao controle dos produtores, como o preço do leite, o acesso a crédito barato e o alto custo de equipamentos, mas há muito o que fazer da porteira para dentro”, diz Ernane. “Oferecer maior conforto às vacas não resolve todos os problemas de sustentabilidade financeira, mas é um começo e tanto”, afirma.

Proporcionar água limpa aos animais não exige um alto investimento e só essa medida pode gerar um ganho de produtividade significativo. Aliado a outras ações, como oferecer bebedouros próximos, sombra e manejo do ambiente, todos os aspectos da produção podem ser melhorados. O gerente do Rehagro comenta que: “Com maior lucratividade, o produtor pode quebrar o círculo vicioso no qual, sem lucro, ele não pode investir e, sem investimento, ele não cresce de forma financeiramente saudável”.

 

Tradição x conhecimento – As recomendações técnicas do Rehagro são seguidas hoje por fazendas de leite por todo o Brasil, em mais de 140 projetos. Juntas, produzem cerca de 1 milhão de litros de leite por dia: “Em 2022, o Ebitda médio dessas fazendas superou os 20%”, diz Ernane. Mesmo com a queda de 14% no preço do leite pago ao produtor em 2023 (dados Cepea), as fazendas atendidas pelo Rehagro obtiveram um Ebitda médio de 14% em 2023, e 25% das propriedades com melhor desempenho obtiveram média de 22%. O Ebitda indica o lucro da operação antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

“O fato de que ainda hoje encontramos fazendas nas quais as vacas precisam se deslocar bastante para beber água mostra que muitos produtores ainda são adeptos de métodos que não são mais adequados à pecuária de leite moderna e competitiva. Isso aponta para a falta de conhecimento adequado para o exercício da atividade”, analisa.

Entretanto, há sinais de mudança. Tem crescido a busca por conhecimentos atuais e que atendem as demandas do mercado: a procura por cursos de capacitação, graduação e pós-graduação em pecuária leiteira no Rehagro tem aumentado consistentemente. Já são mais de 37 mil alunos treinados em todo o país, aplicando os conhecimentos adquiridos em seus negócios, no dia a dia de trabalho, na profissionalização de equipes e sucessores, entre outros.

 

Produção estagnada – De acordo com Ernane, o crescimento da atividade leiteira no país está a passos lentos, mas com a qualificação e aplicação de conhecimentos relevantes no setor pode ser melhorada consideravelmente. “Enquanto somos destaque mundial em várias commodities agrícolas, no leite o país está derrapando: nossa produção encontra-se estagnada na casa dos 35 bilhões de litros por ano desde 2013. Nem sempre foi assim: nos 40 anos entre 1973 e 2013, a produção brasileira de leite cresceu cinco vezes, passando de cerca de 7 para 35 bilhões de litros, o que fez o Brasil saltar de 14º para 6º maior produtor mundial de leite no período”, compara.

A maior lucratividade no leite é essencial para mudar a dinâmica da produção brasileira. Cada produtor pode começar da porteira para dentro, implementando soluções viáveis que geram resultados.

Com sede em Belo Horizonte (MG) e 21 anos de atuação, o Rehagro oferece cursos de capacitação, graduação e pós-graduação reconhecidos pelo MEC, com mais de 37 mil alunos formados em todo o país. É especializado nas áreas de leite, corte, grãos, café e gestão. Oferece consultoria especializada para cerca de 400 fazendas, com mais de 1 milhão de litros de leite/dia, mais de 415 mil cabeças de gado e 309 mil hectares de pecuária e agricultura. A empresa também possui laboratório de pesquisas de alimentação animal e de análise de solos.


Piquini Comunicação Estratégica