Brasil não vai ser um peixe fora d’água! Convênio assinado entre a duas entidades quer elevar o país a uma referência mundial na exportação de pescados

Capacitação, promoção comercial e ações de imagem fazem parte do projeto setorial Brazilian Seafood, que será desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABIPESCA). O convênio entre as instituições para o desenvolvimento da iniciativa foi assinado nesta terça-feira, 20 de fevereiro. O investimento total é de pouco mais de R$ 8 milhões. Desse valor, R$ 4,8 milhões (60%) vão ser aportados pela ApexBrasil e R$3,2 milhões (40%) virão como contrapartida da ABIPESCA.

A cerimônia que formalizou a parceria foi realizada na sede do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em Brasília. O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou que a assinatura do convênio representa um momento histórico e que o objetivo do projeto é alavancar o setor de pescados no país. Ele lembrou que o comércio de pescado no mundo movimenta perto de R$ 500 bilhões e o Brasil participa com apenas 0,23%.

“O Brasil tem 11% da água doce do planeta, uma costa fantástica de oito mil quilômetros no Atlântico e não tem uma produção de pesca para atender a dieta dos brasileiros adequadamente e muito menos o comércio internacional. O convênio é uma oportunidade incrível para um crescimento exponencial”, destacou o presidente da ApexBrasil.

A internacionalização do comércio era um desejo do setor produtivo há mais de quinze anos, segundo o presidente da ABIPESCA, Eduardo Lobo. Ele ressaltou que a parceria com a ApexBrasil também vai possibilitar igualdade de oportunidades para os produtores de pescado. “O Brazilian Seafood vai dar capacitação a todo pequeno e médio produtor que quer exportar pescado e não sabe como começar”, afirmou.

A parceria também foi celebrada pelo Ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Ele disse que a abertura de mercados internacionais para o pescado brasileiro é a prioridade um do setor de indústria da pesca e que o convênio é o instrumento ideal para concretizar esse objetivo. E adiantou: “Ainda esse ano vamos receber visitas de autoridades sanitárias de países para os quais queremos exportar”.

 

Ações previstas – Para 2024, o Brazilian Seafood prevê a participação em feiras internacionais, como Seafood Boston e Barcelona e a China Fisheries and Seafood Expo. Também estão previstos eventos estratégicos no Brasil com compradores internacionais, além de iniciativas de capacitação, branding e comunicação. De olho na inclusão de mulheres na exportação, durante a Seafood Brasil, em agosto, o projeto ainda promoverá um Fórum Feminino da Pesca.

 

Cadeia produtiva – O convênio faz parte de um contexto de fortalecimento das iniciativas para internacionalização do setor produtivo. Em setembro de 2023, por exemplo, a ApexBrasil realizou o Exporta Mais Brasil Pescados, que promoveu rodadas de negócios entre empresas brasileiras com compradores internacionais. O resultado, após 36 reuniões de negócios, foi de mais de R$ 80 milhões em negócios gerados em até 12 meses.

Além disso, em janeiro de 2024, a Agência assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). O objetivo é ampliar a internacionalização da cadeia produtiva do pescado brasileiro, por meio de ações voltadas à qualificação de empresas, inteligência de mercado, promoção comercial e imagem.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) é uma entidade sem fins lucrativos, interesse coletivo e utilidade pública, que mostra para o mundo o que o Brasil tem a oferecer.

A Agência atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos para setores estratégicos da economia, dando mais visibilidade às empresas brasileiras mundo afora. Para isso, encabeça uma série de ações, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira e fazer negócios.

Atualmente, a Agência apoia mais de 17 mil empresas sendo 43% delas de micro e pequeno porte.


in.Pacto