Declaração da COP 28, assinada por líderes de mais de 150 países, reconhece pela primeira vez na conferência da ONU, o papel do setor de insumos para redução dos impactos das transformações climáticas

Como a tecnologia agrícola pode contribuir para a agenda climática? O tema ganhou destaque durante as negociações da COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU). De acordo com o presidente da CropLife Brasil (CLB), Eduardo Leão, a adaptação às temperaturas mais elevadas e aos impactos das mudanças no clima do planeta, tema central das discussões no evento, ganhou o reforço do setor de insumos, que já tem papel fundamental em soluções para a resiliência na agricultura.

Durante a conferência, o Brasil assinou a Declaração da COP 28 Emirados Árabes Unidos sobre Agricultura Sustentável, firmada por 158 nações, que fortalece os sistemas agroalimentares, preconiza a resiliência às mudanças climáticas, recomenda redução das emissões globais da agricultura e contribui para a luta global contra a fome.

“Foi uma COP bastante intensa e produtiva. Participamos de diversos fóruns, eventos e, em todos eles, procuramos destacar a sustentabilidade da nossa agricultura e o papel da tecnologia para aumentar a nossa capacidade de oferta de alimentos, fibras e energias renováveis para o planeta. Falamos da biotecnologia, que completou 25 anos no Brasil este ano, do uso cada vez maior de produtos biológicos, que têm contribuído fortemente para a agenda sustentável, além de tantas outras inovações tecnológicas no campo, que tem permitido produzirmos cada vez mais, em áreas cada vez menores e utilizando cada vez menos recursos”, avaliou Leão.

Parte da maior delegação estrangeira na COP 28, com mais de 1,3 mil integrantes – quase o dobro da segunda colocada, a Índia –, a CropLife Brasil esteve representada ainda pelo diretor-executivo e de sustentabilidade, Arthur Gomes, que falou sobre o papel do agronegócio brasileiro na preservação do meio-ambiente, pela adoção de tecnologias sustentáveis e práticas como a da agricultura regenerativa.

“Houve significativo avanço na construção do consenso no qual o setor agrícola deve ser reconhecido como parte da solução para o atingimento do Acordo de Paris, que tem como principal meta limitar, até o fim do século, o aumento médio da temperatura global a um limite de 1,5º C. Além disso, percebemos o fomento para que as ações climáticas relacionadas aos sistemas agroalimentares levem em conta as realidades da agricultura tropical, impulsionando ações de mitigação e adaptação, e discussões sobre financiamento. Um dos pontos mais importantes foi o reconhecimento de que a segurança alimentar é parte central dos debates sobre sistemas agroalimentares”, avaliou o executivo da entidade.

 

Brasil no centro dos eventos – As agendas e painéis da CropLife Brasil na COP 28 foram realizadas na Blue Zone, espaço onde se concentraram as negociações e eventos oficiais da conferência. No Painel Pacto Global, Arthur Gomes falou sobre ação climática e investimento sustentável no Brasil. No espaço do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Eduardo Leão apresentou o case de sucesso da agricultura regenerativa brasileira, ao lado de representantes da indústria e do setor público, em painel mediado pela CropLife International.

No espaço da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o presidente da CLB ainda falou sobre Climate-Smart Agriculture (CSA). “O Brasil é pioneiro na implantação de medidas sustentáveis na agricultura, como os sistemas Plantio Direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), de Recuperação de Pastagens Degradadas e de Bioinsumos, tecnologias adotadas e preconizadas pelo Plano ABC+ para o cumprimento das metas climáticas pela agricultura e redução de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, destacou o executivo.

Além disso, a associação teve espaço no Diálogo Empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do senador Vital do Rêgo, representante do presidente Rodrigo Pacheco. No IICCA, a CLB participou do “Celebrating Agricultural Innovation in the Americas”, que contou os presidentes da CropLife International, Emily Rees, e da rede CropLife nas Américas.

 

Prontos para as COP 29 e 30 – O uso da tecnologia para a garantia da segurança alimentar frente às mudanças climáticas deve seguir como tema central de reuniões e encontros para as próximas conferências da ONU. “Voltamos para o Brasil muito satisfeitos, prontos para a COP 29, em 2024, em Baku, no Azerbaijão, e para a COP 30, em 2025, em Belém, no Pará, cientes que cada vez mais temos espaço e capacidade de trazer o quanto a agricultura tropical brasileira pode contribuir na agenda climática do planeta”, finalizou Eduardo Leão.

A CropLife Brasil (CLB) é uma associação que reúne especialistas, instituições e empresas que atuam na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias em quatro áreas essenciais para a produção agrícola sustentável: germoplasma (mudas e sementes), biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos. Criada em 2019, a organização é resultado da união de entidades que antes representavam cada um destes setores individualmente. Com a adoção do novo posicionamento, representado pelo slogan, #ConectadosPeloCampo e #JuntosPeloFuturo, a CLB reforça seu compromisso como geradora de soluções para os desafios complexos que envolvem os sistemas alimentares e a agricultura em todo o mundo e ressalta a importância de um esforço conjunto para a construção de um futuro mais sustentável.

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