Durante oito dias, importadores de 18 países participam de rodadas de negócios e visitas técnicas em Minas Gerais e São Paulo. Evento ocorre simultaneamente à Semana Internacional do Café (SIC), em BH, e marca a 9ª etapa do programa Exporta Mais Brasil

A 9ª rodada do programa Exporta Mais Brasil, da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), está com tudo pronto para receber os paladares mais exigentes entre os entusiastas do café. Entre os dias 8 e 15 de novembro, 24 compradores internacionais de 18 países terão a oportunidade de conhecer o melhor dos cafés arábicas produzidos no interior de Minas Gerais e de São Paulo. As atividades, que envolvem degustação da bebida, rodadas de negócios e visitas técnicas na região, ocorrem de forma simultânea à Semana Internacional do Café (SIC), que começa dia 8 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG).

“Quando o assunto é café, a SIC é uma das grandes vitrines internacionais do segmento, e estamos muito animados com essa parceria. Do maquinário à logística, do barismo à pesquisa, à inovação e à tecnologia, é onde grandes players da cadeia cafeicultora se encontram para promover a bebida brasileira mundo afora. Então, é uma oportunidade preciosa para mostrar aos nossos convidados toda a pujança do nosso café. Esperamos que esses compradores voltem para seus países com negócios feitos e paladares tocados, depois de toda essa imersão sensorial no universo cafeicultor do país”, destaca o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

O programa Exporta Mais Brasil tem como objetivo ampliar as exportações de produtos brasileiros de diferentes setores e regiões do país a partir de uma aproximação ativa com os Estados.

Neste programa multissetorial, estamos trabalhando as vocações exportadoras dos Estados brasileiros e selecionando compradores internacionais para fazer rodadas de negócios com as empresas daquela região que tenham condição de exportar. Com essa aproximação, geramos oportunidades para as empresas no Brasil, aumentando nossa competitividade mundo afora”, ressalta a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza. “Empresas que exportam empregam mais gente e pagam melhores salários. São impactos positivos não apenas para as empresas exportadoras, como para toda economia da região em que estão inseridas”, complementa Repezza.

Agora, além das rodadas de negócios presentes em todas as edições, pela primeira vez as visitas técnicas ocorrerão em dois Estados brasileiros ao mesmo tempo. Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, os compradores visitarão fazendas e cooperativas em Araxá, no Cerrado Mineiro, e em Oliveira, no Campo das Vertentes. Já em São Paulo, o tour será em propriedades de São José do Rio Pardo, no Vale do Grama, e em Franca, na Alta Mogiana.

Os grãos especiais serão apresentados para representantes da África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Armênia, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Geórgia, Índia, Itália, Japão, Moçambique, Omã, Portugal, Polônia e Suécia. Em seus países, eles trabalham para empresas de perfil variado, que vão de grandes tradings importadoras a cafeterias de abrangência mais regional. Para esses importadores, a 9ª rodada do Exporta Mais Brasil será uma oportunidade não apenas de fechar negócios diretamente com produtores, como também de conhecer a história e a paixão pelo cultivo do café no país.

Para Vinícius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), é preciso que o mundo conheça a nova geração de cafés que vem sendo cultivados no Brasil. “Vamos reforçar, junto aos compradores, que o Brasil possui cafés especiais de alta qualidade, de regiões diversificadas e com diferentes perfis sensoriais. Hoje temos aromas mais florais, de acidez mais marcante e mais complexa, algo que só se via em cafés africanos e da América Central, por exemplo. Queremos colocar o Brasil como referência em perfis sensoriais”, afirma. A BSCA é parceira da ApexBrasil na execução do projeto setorial Brazil. The Coffee Nation e está responsável pela organização dos cuppings com os compradores internacionais durante a SIC, em BH.

Ainda de acordo com Estrela, é importante que os compradores entendam a fundo o mercado brasileiro de cafés especiais, que é “sustentável, respeita o meio ambiente e adota boas práticas de trabalho”, completa. Com alto valor agregado, os cafés especiais são grãos isentos de impurezas e defeitos que possuem atributos sensoriais diferenciados, dando origem a uma bebida limpa e doce, de corpo e acidez equilibrados e mais de 80 pontos na análise sensorial. Além da qualidade intrínseca, devem ter rastreabilidade certificada e respeitar critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social em todas as etapas de produção.

 

Cuppings e visitas técnicas  – Em Minas Gerais, os 21 compradores internacionais serão recebidos durante a Semana Internacional do Café e conduzidos a uma verdadeira imersão no universo dos arábicas brasileiros. A jornada terá início no dia 8 de novembro, com uma grande sessão de degustação, buscando mostrar a diversidade de regiões e perfis sensoriais dos cafés produzidos no Brasil. Serão servidos aos importadores cafés arábicas de Minas e São Paulo, canéforas do Espírito Santo e Bahia e robustas de Rondônia. A ideia, segundo Estrela, é “abrir a mente” do comprador para o potencial do café especial brasileiro.

Ainda no dia 8, na parte da tarde, serão realizadas três rodadas de negócios em formato de cuppings – nome dado ao processo que compreende a prova e a degustação dos grãos, podendo também servir à pontuação e à classificação da bebida. O primeiro cupping servirá cafés de produtoras e cooperativas que trabalham especificamente com mulheres, enquanto o segundo vai oferecerá bebidas de produtores variados, de diferentes regiões cafeeiras. Todos são apoiados pelo projeto setorial Brazil. The Coffee Nation. Por fim, o terceiro apresentará aos compradores cafés participantes do Cup of Excellence, principal concurso mundial de qualidade para café.

A dinâmica se repetirá no dia seguinte com mais três cuppings de 1h30 cada, que incluirão explicações sobre as regiões de onde vêm as bebidas degustadas. Os produtores estarão presentes e, após a prova das bebidas, poderão entregar amostras e negociar diretamente com os compradores. Lotes dos cafés competidores do Cup of Excellence, por sua vez, poderão ser adquiridos em um leilão internacional previsto para dezembro deste ano. Segundo Vinícius Estrela, da BSCA, ao todo foram 30 diferentes cafés selecionados para as rodadas de negócio dessa 9ª etapa do Exporta Mais Brasil.

A partir do dia 10, o grupo de compradores internacionais se dividirá em duas incursões. Uma delas vai explorar regiões produtoras em Minas Gerais: primeiro em Araxá, na região conhecida como Cerrado Mineiro, onde visitará fazendas de produção orgânica e realizará outros cuppings – um deles, inclusive, com participantes do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) da ApexBrasil. As atividades acontecem em parceria com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Depois, a delegação seguirá para Oliveira, no Campo das Vertentes, também para degustações in loco e para conhecer diferentes etapas da cadeia cafeicultora, com o apoio da Associação dos Cafeicultores do Campo das Vertentes.

Já o outro grupo partirá de BH para São José do Rio Pardo, no chamado Vale da Grama, região fronteiriça entre o sul de Minas Gerais e o noroeste de São Paulo. O solo vulcânico milenar confere clima e altitude únicos a esse terroir, onde o grupo visitará fazendas e conhecerá pessoalmente os produtores. As atividades são realizadas em parceria com a Associação dos Produtores do Café da Região Vulcânica. De lá, seguirá para Franca, na Alta Mogiana, também uma região de fronteira entre SP e MG. Em parceria com a Associação de Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, a delegação de importadores conhecerá outras propriedades e provará cafés produzidos na região.

 

Cafés brasileiros – O Brasil é o maior produtor, o maior exportador e o segundo maior consumidor de café em todo planeta. Em 2022, o país foi responsável por 33% da produção mundial do grão, segundo a Organização Internacional do Café. Parcela substantiva dessa produção está intimamente associada aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, ambos com longa e profunda conexão com a bebida. Minas, em especial, se destaca como um dos principais hubs cafeicultores do país, graças a solos férteis e altitudes elevadas, oferecendo condições ideais para o cultivo do grão arábica.

Em 2022, o Brasil teve recorde em receita com as vendas externas do produto. De acordo com o Conselho dos Exportadores do Café do Brasil (Cecafé), o valor alcançado com as exportações foi de US$ 9,23 bilhões, um aumento de 46,9% em relação aos US$ 6,285 bilhões registrados em 2021. O resultado foi impulsionado pelos projetos setorialis que a ApexBrasil realiza em parceria com a BSCA, o Brazil. The Coffee Nation.

As vendas externas das empresas produtoras apoiadas pelo Brazil. The Coffee Nation alcançaram US$ 4,378 bilhões em 2022, representando 47% do total exportado, sendo o maior valor da história do projeto, que atua há 10 anos promovendo o café brasileiro com valor agregado pelo mundo.

Brazil. The Coffee Nation – O projeto setorial Brazil. The Coffee Nation é realizado pela BSCA e pela ApexBrasil com foco na promoção comercial do café especial brasileiro no mercado internacional, reforçando os pilares de qualidade, diversidade e sustentabilidade. Entre as ações, está a participação das empresas apoiadas em feiras internacionais, campeonatos mundiais de barismo, concursos de qualidade, leilão virtual e projeto comprador, que promove encontros diretos entre produtores e importadores. A iniciativa tem como objetivo apresentar o Brasil como uma nação dotada dos recursos naturais essenciais para o cultivo dos melhores cafés e que investe ativamente para atingir os mais altos requisitos de qualidade, de forma sustentável e em observância a rígidas normas de direito social e ambiental. O projeto atual tem como mercados-alvo: i) África do Sul, Austrália, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Japão, Malásia, Polônia, Rússia e Taiwan para os cafés crus especiais; e ii) Canadá, Chile, China e Estados Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem.

Com o slogan “Rodando o país para as nossas empresas ganharem o mundo”, o Exporta Mais Brasil busca uma aproximação ativa com todas as regiões do país para potencializar suas exportações. Dessa forma, empresas brasileiras têm a oportunidade de se reunir com compradores internacionais que vêm ao país em busca de produtos e serviços ligados a setores específicos, como móveis, rochas ornamentais, pescados, cervejas artesanais e calçados. Até o final do ano, Exporta Mais Brasil terá completado 13 rodadas em 13 estados brasileiros, dedicadas a diferentes setores produtivos.

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