Consultoria Agromove analisa interferência do clima nos mercados de soja e milho

O cenário do mercado de grãos no Brasil tem preocupado os produtores. Desde janeiro, os preços da soja caíram significativamente. No entanto, uma recente normalização dos preços e a recuperação das condições das lavouras brasileiras contribuíram para melhorar a situação. Mas como a lavoura é uma indústria a céu aberto, tudo indica que o fenômeno El Niño deve ajudar o produtor.

“A expectativa é que a primeira safra de grãos do Brasil seja boa na região sul, mas pode ter problema na região Norte. Dependendo de como o clima interfere na soja, existe risco de um atraso no plantio da soja, podendo trazer reflexos na produtividade dessa lavoura. Esse cenário pode refletir no milho segunda safra. Tudo depende da interferência do “El Niño”. Já vi esse cenário se reverter algumas vezes ao longo desse processo. Aí sim os preços do Milho podem trazer oportunidades aqui. A gente projeta para novembro uma valorização suave da soja, podendo apresentar maior volatilidade dependendo do impacto do “El Niño”, ressalta Alberto Pessina, consultor de mercado e fundador da AgroMove.

Durante uma live, promovida pela consultoria Agromove, foram discutidos vários cenários relacionados à agricultura e commodities, incluindo soja, milho e carne bovina. Foram abordados assuntos como as condições nas lavouras nos Estados Unidos e no Brasil, os impactos das exportações e demanda no mercado interno e externo, as projeções de preços e as possíveis influências climáticas no plantio e colheita. “As chuvas interferiram nas condições das lavouras de soja nos Estados Unidos, enquanto as exportações brasileiras da oleaginosa estão se normalizando, o que pode melhorar as condições do mercado_.”, explica o CEO da Agromove.

No mercado de carne bovina, a situação segue a tendência observada há meses pela consultoria, com queda nos preços devido à baixa exportação, causada pela demanda externa abaixo do esperado e a alta oferta de animais para abate. Mas o especialista ressalta a importância do produtor olhar além dos preços, considerando também as oportunidades de repor animais baratos. Um novo ciclo pecuário que deve trazer fôlego ao pecuarista nos próximos anos. _”Agosto segue com margens apertadas ao pecuarista, mas o cenário pode mudar com o desincentivo à produção: uma redução dos confinamentos pela baixa atratividade pode mudar este cenário. O mercado de carne bovina enfrenta desafios diferentes. A produção elevada e a queda nas exportações levaram a um aumento substancial da oferta interna, impactando fortemente os preços”_, finaliza Pessina.


Lilian Munhoz
Comunicativas