Resultados serão abordados no Muda Cana, programa de capacitação de produtores que está sendo desenvolvido pela Orplana

O plantio de Mudas Pré-Brotadas (MPB) cria condições para que o produtor tenha um canavial mais sadio e mais uniforme, menos suscetível a pragas e doenças. Mas, este material não vai estar, no entanto, isento da interferência das plantas daninhas, que podem interferir no potencial produtivo de diferentes variedades da cana-de-açúcar.

O alerta é de Roberto Toledo, gerente de produto herbicidas e cana-de-açúcar da Ourofino Agrociência, que é uma das empresas parceiras do Muda Cana, programa de capacitação contínua de produtores que está sendo desenvolvido pela Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana).

Este programa, que abordará conteúdo baseado no tripé “gestão eficaz do negócio, gestão de riscos e comercialização, produtividade e sustentabilidade”, trará também diversas novidades tecnológicas que ajudarão o produtor de cana a ter uma atividade cada vez mais lucrativa, competitiva e sustentável.

No caso das mudas pré-brotadas, trabalhos desenvolvidos pela Ourofino Agrociência, junto a estação experimental da empresa, estão gerando várias informações que ajudarão a definir, por exemplo, quais são os herbicidas mais indicados para o controle das invasoras, além de recomendações sobre as doses e os momentos de aplicação – observa Roberto Toledo.

Essas informações proporcionam maior segurança no desenvolvimento das mudas pré-brotadas – destaca.

“É preciso entender melhor o comportamento de herbicidas para que sejam feitas avaliações corretas em diferentes regiões, criando sempre condições para que o produtor avance em níveis de produtividade”, enfatiza.

Os resultados obtidos nas pesquisas com MPB, que ocorrem há dois anos, serão abordados no Muda Cana – revela. Essa parceria com a Orplana possibilita maior capilaridade para que a Ourofino possa realmente acessar vários produtores visando a realização de um trabalho conjunto em relação às recomendações regionais – comenta.

A pesquisa sobre MPB é um dos pontos que a Ourofino vem trabalhando neste universo da cana-de-açúcar – afirma. Diversas questões relacionadas ao sistema convencional também são estudadas.

Segundo ele, a empresa tem um programa muito forte, denominado Ciclo 100, que aborda, de maneira integrada, diversas etapas do sistema produtivo, principalmente o manejo de plantas daninhas, pragas e doenças, além de buscar uma interface com fornecedores, usinas, pesquisadores e consultores.

A Ourofino possui um portfólio bastante amplo de herbicidas, inseticidas e fungicidas recomendados para cana-de-açúcar, que é considerada uma das principais culturas para a atuação da empresa – diz.

“Com a Orplana, o nosso trabalho está relacionado a essa colaboração técnico-científica, de conteúdo e capacitação. O objetivo da Ourofino nessa parceria é atuar junto às associações e fornecedores, de diferentes regiões, para conseguirmos levar o nosso propósito de valor. Queremos entender quais são os problemas da agricultura brasileira. E aí conseguirmos desenvolver formulações adequadas de herbicidas, inseticidas, fungicidas, buscando atender essa realidade”, ressalta.

De acordo com ele, o objetivo é atuar de maneira muito presente no setor, contribuindo para que o produtor alcance patamares elevados de produtividade. “Toda essa preocupação se aplica também às áreas de MPB, que estão começando a ocorrer com mais frequência nos últimos dois anos. Mas, ainda em termos de porcentagem, a grande parte do plantio é no sistema convencional. Temos trabalhado esse universo. Porém, já alertando para as novas tecnologias, procurando entender como vai ser esse posicionamento e capacitando o produtor para essa nova realidade”, comenta.

O processo de capacitação cria condições para o melhor entendimento de cada fase do processo produtivo, demonstrando como é possível reduzir as perdas – opina. “O Muda Cana é uma grande iniciativa da Orplana, que visa justamente essa questão de mudança de atitude e profissionalização das várias etapas do processo de produção”, afirma.

Lançado oficialmente na Fenasucro & Agrocana 2017, o Muda Cana conta com a participação de parceiros estratégicos, como a Ourofino Agrociência, que atuam em diferentes áreas, incluindo empresas de diversos segmentos, instituições de ensino e de pesquisa. Produtores de 32 associações deverão participar desse programa de capacitação por meio digital, palestras e oficinas em seis anos, conforme prevê planejamento inicial da Orplana.

 

Roberto Toledo, gerente de produto herbicidas e cana-de-açúcar da Ourofino Agrociência | © Divulgação

Potencial produtivo – “Os programas voltados à utilização de mudas pré-brotadas adotam tecnologias para a multiplicação de materiais já conhecidos, com características genéticas selecionadas, que possuem pleno potencial produtivo, isentos de uma boa parte de doenças e de pragas”, afirma. O material é multiplicado de maneira rápida para manter um padrão de sanidade das mudas e isto vai trazer uma uniformidade maior ao canavial – destaca.

O plantio pelo sistema tradicional, com o uso de toletes ou microtoletes, não apresenta o mesmo resultado. “Há deficiência na brotação. O canavial fica mais exposto a doenças e pragas. Além do mais, é possível conseguir implantar o canavial com uma quantidade muito menor de mudas previamente brotadas em comparação à quantidade de toletes convencionais” – compara.

Com o uso de MPB, há uma redução de custo significativa, pois o total gasto com mudas equivale a 30% a 40% do custo do plantio – avalia.

Para que os resultados em relação à performance do canavial com MPB sejam obtidos conforme o potencial produtivo de cada variedade, existe a necessidade de se adotar diversas práticas, como o manejo adequado do mato – enfatiza Roberto Toledo

O trabalho específico para MPB, realizado pela Ourofino Agrociência, tem o objetivo de conter a disseminação de plantas daninhas de uma área para outra. O material produzido em viveiro é cultivado com a adoção de vários cuidados.

“A partir do momento em que é feito o transplante dessa muda pré-brotada no campo, ela passa a ser sensível a competição por água, nutrientes, mesmo por luz e espaço físico com as plantas invasoras da área”, constata o gerente da Ourofino Agrociência.

Segundo ele, é preciso estudar um pouco mais a questão da seletividade dos herbicidas em relação aos materiais que estão sendo plantados, que já têm um sistema radicular inicial, folha e parte aérea. Dependendo do material genético, as mudas podem ser mais sensíveis a determinados herbicidas – observa.

“A Ourofino trabalha muito forte para entender realmente qual é o melhor momento para a intervenção com diferentes herbicidas”, explica. Devem ser considerados – detalha – o regime pluvial e o ambiente de produção para a escolha do herbicida correto e adequação das doses.

“Temos vários convênios, como os realizados com o CTC, IAC e Ridesa, que são os principais provedores dos materiais genéticos, e com alguns grandes grupos sucroenergéticos para conhecermos realmente o comportamento do portfólio de herbicidas da empresa”, diz. E a Orplana é uma grande parceira neste processo – ressalta.


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