Projeto Coffee Table – InPacto, CECAFÉ e CRS

 

Por Marcos Matos e Marjorie Miranda

 

Marcos Matos, diretor geral do Cecafé. © Cecafé

O café é parte do cotidiano de bilhões de pessoas e sua cadeia de valor possui alta relevância econômica. Com o advento da sustentabilidade, o consumo consciente se torna tendência global e o senso de responsabilidade de cada consumidor está definindo novos padrões de compra. Pessoas do mundo todo empregam essa mentalidade ao consumir mercadorias de qualquer natureza e o café não foge à regra.

Por ser uma cadeia produtiva de relevância nacional e internacional, o café brasileiro está nos holofotes do mundo. A demanda internacional por uma cadeia produtiva socialmente sustentável é crescente e está cada vez mais presente nas torrefadoras que compram o café do Brasil. Nesse contexto, o fortalecimento de sistemas agroindustriais sustentáveis tem sido constante, por meio das ações que aproximam os produtores rurais, com ações que buscam o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação.

Marjorie Miranda, coordenadora de responsabilidade social e sustentabilidade do Cecafé. © Cecafé

Soma-se a isso as ações promovidas pelo setor exportador de café que há mais de 15 anos buscam a inclusão digital, a melhoria dos processos produtivos, com incrementos consideráveis de produtividade e de qualidade do café colhido. O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil reconhece seu papel como entidade representante do setor
exportador de café brasileiro e entende a importância da sustentabilidade, que engloba os aspectos sociais e ambientais da cadeia produtiva. Nesse contexto, o CECAFÉ tem atuado para fortalecer as ações nas regiões cafeeiras, com base nos Programas Criança do Café na Escola, Produtor Informado e Café Seguro, com importantes resultados que fortalecem a sustentabilidade na cadeia produtiva do café no Brasil.

 

Atento às demandas internacionais para o setor, o CECAFÉ passou a apoiar o Projeto Coffee Table, a convite do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo – InPACTO e da Catholic Relief Services – CRS. A iniciativa visa promover aspectos de transparência e promoção do trabalho decente no setor cafeeiro do Brasil e conta com o apoio de certificadoras, governos e importantes torrefadores internacionais.

Com foco de atuação em Minas Gerais, o primeiro esforço será fazer uma sensibilização sobre questões sociais relativas à produção de café na região e fazer a mobilização de governos, empresas e sociedade civil, para o estabelecimento de uma agenda comum voltada à melhoria das condições de trabalho. O Brasil é líder absoluto no mercado mundial de café, reconhecido como maior exportador de café sustentável no âmbito global. Nesse sentido, o objetivo da citada parceria é contribuir para que o setor cafeeiro brasileiro se consolide como referência mundial de cadeia produtiva socialmente sustentável.

Na parceria do CECAFÉ, o tema de trabalho decente está sendo incorporado nas capacitações dentro do Programa Produtor Informado, conscientizando os produtores rurais sobre as condições de trabalho em suas propriedades. Esse requisito está previsto na Constituição Brasileira e está, cada vez mais, se tornando um critério nas decisões de compra de empresas multinacionais. Por isso, o acompanhamento frequente do que ocorre em sua propriedade, em especial referente ao cumprimento da legislação trabalhista, é de extrema importância para o produtor rural. O proprietário bem informado passa a promover melhores condições de trabalho e evita problemas durante as fiscalizações trabalhistas.

O CECAFÉ continuará a desenvolver o trabalho de levar conhecimento aos cafeicultores, por meio da inclusão digital, da busca por incrementos na produtividade, qualidade e renda, equidade de gênero, empreendedorismo e sucessão familiar. O CECAFÉ e seus parceiros assumiram o compromisso de aumentar a resiliência dos produtores, capacitando-os para que superem todos os desafios e garantindo uma cafeicultura cada vez mais sustentável.


Sobre as Organizações Parceiras:

O INPACTO – O Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) foi fundado em 2013 para dar sequência ao movimento do Pacto Nacional criado em maio de 2005, cujo objetivo é promover o diálogo entre governos, empresas e sociedade civil para a criação de agendas comuns voltadas à prevenção e erradicação do trabalho escravo em cadeias produtivas. Atualmente, o InPACTO congrega as organizações e empresas que estão na vanguarda do enfrentamento ao trabalho escravo e realiza ações junto aos diversos atores com esse objetivo. Para saber mais, visite a página www.inpacto.org.br

A CRS – A Catholic Relief Services surgiu em 1943, primariamente para ajudar as pessoas afetadas pela Segunda Guerra Mundial. Desde então, a associação continua desempenhando seu papel no enfrentamento de crises humanitárias. A partir dos anos 2000 a sustentabilidade passou a fazer parte da estratégia da CRS. O conceito é promover o desenvolvimento humano duradouro através da criação de oportunidades de autossuficiência das comunidades, inclusive rurais. A CRS possui um programa global para o café chamado Coffee Lands, cujo objetivo é promover renda suficiente para os produtores garantirem uma boa qualidade de vida, além de preservar os recursos naturais. Milhões de pessoas que dependem do café para sobreviver podem colaborar com comunidades resilientes e prósperas, sem comprometer o meio ambiente. Para o Brasil, o projeto que é fruto da parceria entre CECAFÉ, InPacto e CRS chama-se Projeto Coffee Table. Para saber mais, visite a página www.crs.org

O Cecafé – Fundado em 1999, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade social. Atualmente, possui 139 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 95% dos agentes desse mercado no país.