O impacto da indústria de celulose no Estado de Mato Grosso do Sul
Por Edyen Valente Calepis, sócio do escritório Ernesto Borges Advogados
Nos últimos anos Mato Grosso do Sul tem se consolidado como um dos principais polos da indústria de celulose no Brasil. O avanço desse setor tem gerado efeitos significativos na infraestrutura do Estado, impulsionando investimentos em rodovias, ferrovias, energia e logística, o que impacta diretamente a atividade econômica e o desenvolvimento de toda região norte de Mato Grosso do Sul.
Relevante lembrar que diversas multinacionais investiram em Mato Grosso do Sul, atraídas pela disponibilidade de terras para plantações de eucalipto, condições climáticas favoráveis e incentivos fiscais.
Grandes empresas de celulose têm expandido suas operações na região, elevando a produção, estimulando a economia local, gerando empregos e receitas para o Estado e municípios onde estão localizadas. A expansão industrial impulsionou também investimentos em saneamento, habitação e serviços, elevando a qualidade de vida da população local.
Como toda e qualquer indústria, a logística é um dos principais desafios para ser enfrentado, inclusive no segmento de celulose, devido ao alto volume de matéria-prima transportada. Além disso, há necessidade de melhorias na infraestrutura portuária e na integração de modais de transporte, lembrando-se que a expansão do setor deve ser acompanhada por medidas ambientais rigorosas para garantir a preservação dos recursos naturais do Estado.
Para melhorar o escoamento da produção, já houve investimentos na pavimentação e ampliação de rodovias que circundam a chamada Rota da Celulose, sendo que o Governo do Estado publicou em janeiro de 2025 edital para concessão das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das federais BR-262 e BR-267, o que irá facilitar o transporte entre as fábricas e os portos.
Segundo informado pelo governo de Mato Grosso do Sul, os investimentos devem chegar a R$10 bilhões. As obras previstas abrangem duplicações, acostamentos, terceiras faixas, marginais, implantação de contornos de município, entre outros.
Afora as melhorias nas rodovias, o modal ferroviário tem sido apontado como solução estratégica para reduzir custos logísticos e impactos ambientais. Projetos como a Rumo Malha Oeste e estudos para a ampliação da Ferrovia Norte-Sul podem fortalecer o escoamento da celulose para o mercado nacional e internacional.
Quanto à energia, nota-se que também cresceu substancialmente com a implantação de novas fábricas. Para melhorar o atendimento da demanda foram realizados investimentos na geração de energia renovável, incluindo biomassa, o que contribui para a sustentabilidade do setor.
O futuro da indústria de celulose em Mato Grosso do Sul promete continuidade nos investimentos e no desenvolvimento da infraestrutura, consolidando o Estado como referência global no setor, além de elevar as condições socioeconômicas de toda uma região.
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