O consumo aparente expandiu 1,2% em julho. Houve aumento tanto na demanda por bens produzidos localmente quanto importados
Em o mês de julho registrou pequena elevação nos investimentos em máquinas e equipamentos puxada tanto pela maior aquisição de bens importados quanto produzidos localmente.
Foram consumidos no período R$ 36,4 bilhões em máquinas e equipamentos, 8,9% superior ao resultado do mesmo mês do ano de 2024, crescimento de 1,2% ante o mês anterior.
Essa melhora resultou em aumento na receita liquida de vendas, na comparação interanual, no mercado interno (14,5%) e em incremento de importações (2,9%). As exportações medidas em reais, mesmo tendo crescido em relação ao mês de junho, registraram queda de -8,7% em relação ao jul24.
Comércio exterior – As exportações de máquinas e equipamentos atingiram US$ 1.269,13 milhões, crescimento em relação ao mês anterior, mas queda de 4,8% em relação ao mesmo mês de 2024. No ano (JanJul) a queda estabilizou em 4,4%.
Parte importante do resultado das exportações observado em 2025 foi explicada pelo recuo nos preços de máquinas no mercado internacional (-2,7%) e parte pela que nas vendas para a América do Norte (-11,6%).
Para os Estados Unidos, que representaram 26,1% das exportações do setor em 2025 (JanJul), houve queda de 10,6% nas vendas, principalmente devido à retração na demanda por máquinas para construção civil (21%), produtos que passaram a representar 44% do total das exportações em 2025 ante 51,2% em 2024.
As importações de máquinas e equipamentos registraram nova expansão no mês de julho, tanto na comparação mensal (+11,3%) quanto interanual (+8,6%) totalizando US$ 2,904 bilhões, o segundo maior volume da história.
No ano (Jan-Jul), as importações alcançaram o montante equivalente a US$ 18,61 bilhões, valor 11% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior valor da história para o período.
Em julho as importações foram 2,3 vezes o volume de exportação de máquinas, o que gerou em acréscimo de cerca de US$ 1,6 bilhões ao déficit da balança comercial brasileira.
As importações do mês de julho tiveram como principal origem a China (32% do total) que registrou acréscimo de 13% nas suas vendas para o Brasil em relação ao mês de jun25. No ano (JanJul2025), a China também seguiu como a principal origem das importações, tanto em participação (32% do total) como em taxa de crescimento (+22,6%) em relação a 2024, aplicando a sua distância dos tradicionais fabricantes de máquinas e equipamentos.
Os dados históricos do setor mostram clara ampliação da presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, e de forma mais intensa vindas do mercado chinês. Em 10 anos a China quase dobrou a sua participação no total de máquinas importadas pelo Brasil (de 16,6% em 2015 para 32% em 2025).
Capacidade instalada e emprego – O nível de utilização da capacidade instalada do setor de máquinas e equipamentos registrou aumento de 0,1% em relação ao mês de junho ao atingir 78%, valor 2,5% superior ao do mesmo mês de 2024. Em média o setor atuou em 2025 com 77,6% da sua capacidade, 3,4 p.p. acima ao nível de 2024 (74,2%).
A carteira de pedidos, após ter recuado 2,7% em junho de 2025, cresceu 0,6% no mês de julho. Houve melhora na carteira dos setores relacionados aos fabricantes de bens de consumo, obras de infraestrutura e componentes.
No mês houve também expansão no número de pessoas empregadas. No período o setor empregou 425 mil colaboradores — um avanço de 1% em relação ao mês de junho25.
Perspectivas para o setor – A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou desempenho positivo durante o mês de julho em relação a julho de 2024, reflexo do crescimento na receita direcionada ao mercado doméstico (+14,5%). As exportações, mesmo tendo crescimento em relação ao mês anterior, ficaram 8,7% abaixo de julho24.
No ano (JanJul) o setor manteve a expansão na receita, mas a taxas decrescentes. Em julho o crescimento diminuiu 15,1% para 13,9%. O desempenho de 2025 foi favorecido pela base de comparação fraca, mas também pela ampliação dos investimentos na indústria de transformação, sobretudo de bens de consumo semi e não duráveis e na agricultura.
O desempenho da indústria de máquinas e equipamentos veio em linha com as expectativas. Para os próximos meses a tendência é de manutenção da desaceleração, impactada pela política monetária contracionista e agravada pelas tarifas adicionais de 40% sobre os produtos da indústria de máquinas e equipamentos, anunciadas pelo governo Trump.
Mantida a tarifa de 50% nas máquinas direcionadas aos Estados Unidos, prevemos receita da indústria de máquinas e equipamentos de R$ 290 bilhões, crescimento de 5% em relação ao ano de 2024 em razão do desempenho positivo no mercado doméstico (+12%). As exportações, que já vinham em patamar inferior ao de 2023, com a perda do mercado dos Estados Unidos a partir do mês de setembro, deverão encolher 15% em relação a 2024, recuado de US$ 13,2 bilhões em 2024 para US$ 11,2 bilhões em 2025.
As exportações para os Estados Unidos que até julho de 2025 recuaram 11,2% deverão acumular, em 2025, queda de 38% em função das elevadas barreiras tarifárias impostas aos bens nacionais.
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