Curso EAD promovido pelo Parlamento Indígena do Brasil e EMBRAPA visa treinar comunidades indígenas, promovendo a restauração ambiental e o desenvolvimento sustentável

O Parlamento Indígena do Brasil e a Embrapa celebram o êxito do lançamento do curso EaD “Semeando Florestas em Terras Indígenas”, ocorrido no último dia 24 de janeiro na sede da Embrapa, em Brasília/DF. A Ministra Marina Silva recebeu a proposta e encaminhou-a à Secretaria de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério do Meio Ambiente para avaliação e encaminhamento.

A iniciativa, fruto da colaboração entre Parlaíndio Brasil, Embrapa, Associação Metareilá do Povo Paiter Suruí, Instituto Raoni e Embaixada da França, visa apoiar o reflorestamento em territórios indígenas, promovendo a restauração ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Caciques Raoni e Almir, Ana Euler diretora da Embrapa e Emanuel Lenain embaixador da França

O curso, agora disponível na plataforma E-campo da Embrapa, oferece 25 videoaulas e apostilas ilustradas com as melhores práticas de manejo florestal. Com quatro módulos de conhecimento, cobrindo desde a coleta e beneficiamento de sementes até a produção de mudas de espécies florestais, o curso é uma ferramenta valiosa para estimular as comunidades indígenas a reflorestar suas terras degradadas.

A partir do lançamento, o curso está acessível gratuitamente para todas as comunidades indígenas e demais interessados, através dos sites do Parlamento Indígena do Brasil e da Embrapa, podendo ser acessado por computador, notebook ou celular. Ao completarem o curso, os participantes receberão certificados de capacitação. Para garantir o acesso às aldeias com dificuldade de internet, serão disponibilizados pen drives com o conteúdo do curso.

A segunda etapa do projeto “Semeando Florestas em Terras Indígenas”, anunciada durante o evento de lançamento pelos líderes indígenas Cacique Raoni Metuktire e Cacique Almir Narayamoga Suruí, consiste na mobilização de dezenas de aldeias e comunidades indígenas em diferentes biomas brasileiros para criar brigadas florestais indígenas, promovendo a restauração florestal em seus territórios. Um “Plano Mestre de Restauração Florestal de Terras Indígenas” será disponibilizado para orientar esses esforços coletivos.

O Cacique Almir Narayamoga Suruí, coordenador executivo do Parlaíndio, destaca: “Nosso objetivo é atuar em projetos de sustentabilidade ambiental, manejo florestal e agrofloresta, valorizando o empreendedorismo e o protagonismo indígena. O projeto tem como meta inicial plantar 1 milhão de árvores por ano nas terras indígenas, promovendo a restauração e preservação ambiental.”

Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, ressalta que o projeto estimulará os povos indígenas a liderarem a restauração florestal em seus territórios, fornecendo orientação técnica online e facilitando a formação de agentes florestais indígenas.

O curso integra o compromisso em apoiar os povos indígenas, contribuindo para a segurança alimentar, a geração de renda e o manejo sustentável da biodiversidade. A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, enfatiza: “Valorizamos os saberes, a cultura e as formas de organização dos povos indígenas, buscando contribuir com o desenvolvimento sustentável de suas comunidades e territórios.”

O sucesso do evento de lançamento reflete a relevância do curso “Semeando Florestas em Terras Indígenas” na promoção da sustentabilidade e preservação ambiental, com o engajamento ativo das comunidades indígenas em todo o Brasil.

O Parlamento Indígena do Brasil foi concebido em outubro de 2017 numa reunião de lideranças tradicionais indígenas e lançado oficialmente numa assembleia virtual em maio de 2021 com a missão de ser um espaço de voz e de articulação política para que os anciãos, pajés e caciques mais antigos, detentores dos saberes tradicionais, da tradição cultural e da espiritualidade ancestral, possam participar das assembleias do Parlaíndio Brasil presencialmente ou diretamente de suas aldeias em reuniões virtuais via internet. Assim eles podem assumir seu protagonismo e participar ativamente da discussão nacional das questões indígenas, conquistar visibilidade política e denunciar, à sociedade brasileira e ao mundo, as graves ameaças aos seus povos e ao meio ambiente, bem como propor alternativas e soluções sustentáveis de forma colegiada e democrática.

O Parlamento Indígena do Brasil vem para somar com o movimento indígena nacional com vistas a ampliar a representatividade dos mais de 1,6 milhões de indígenas que vivem no território nacional, distribuídos em 305 povos distintos, que falam mais de 180 línguas nativas. O Parlaíndio Brasil conta desde sua criação com a colaboração voluntária do indigenista Toni Lotar e tem os apoios do Instituto Raoni, da Associação Metareilá do Povo Paiter Suruí, da Fundação Darcy Ribeiro e da Embaixada da França no Brasil.


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