Conclusões foram debatidas por especialistas no Fórum Técnico Café e Clima, realizado pela Cooxupé, em 20 de agosto, em Guaxupé (MG)

I Fórum Técnico Café e Clima, realizado pela Cooxupé, reuniu mais de 200 pessoas na matriz, em Guaxupé. © Divulgação

Preocupada com a instabilidade do comportamento climático, a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé realizou, nesta terça-feira (20), o I Fórum Técnico Café e Clima, oportunidade em que profissionais discutiram o tema por meio de um ciclo de palestras, concluindo que – assim como a safra 2019 – a de 2020 também será comprometida e não deve, segundo especialistas, ser maior que a de 2018 (ano de bienalidade alta).

Isto porque, desde dezembro de 2018, o clima tem apresentado variações, gerando reflexos nos cafezais por conta das chuvas irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas irregulares. A exposição das lavouras a uma grande amplitude térmica, cujas temperaturas mínima e máxima registraram 14 e 36 graus, também comprometeu o metabolismo da planta.

A palestra de Éder Ribeiro dos Santos, coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, abordou as condições e o comportamento da plantação no período entre setembro de 2018 e abril de 2019. De acordo com ele, as principais ocorrências registradas na área de ação da cooperativa foram a florada antecipada e a temperatura acima da média, que culminou com uma seca prolongada durante o mês de janeiro de 2019, mas que foi seguido por um período chuvoso e de alta nebulosidade em fevereiro deste ano. Éder explica que principais causas de quebra de produtividade na cafeicultura se devem 56% à deficiência hídrica, 17% ao excesso hídrico e 14% às temperaturas adversas, que juntos correspondem a 87% dos fatores de influência na produção.

O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, afirma que – mesmo com o levantamento técnico realizado na área de ação da Cooxupé ao longo desses meses – não é possível ainda falar em números sobre os impactos na safra do próximo ano, mas que a colheita pode ser, no máximo, igual a de 2018.

Os impactos do clima, no entanto, já são sentidos pela cooperativa no recebimento de café deste ano. “Até o momento, estamos com a produção de nossa área 95% colhida e recebemos de cooperados e terceiros 4,144 milhões de sacas de café arábica. Nossas expectativas gerais eram de 5,7 milhões de sacas e, certamente, não alcançaremos esta meta”, revela o presidente da Cooxupé. Em 2018, o recebimento de café de cooperados e terceiros foi de 6,451 milhões de sacas.

O Fórum Técnico contou com as palestras “Considerações sobre o comportamento do clima para a safra de 2020”, ministrada pelo climatologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Francisco Assis Diniz; “Resposta do cafeeiro frente às incertezas climáticas – Análise de Cenários”, proferida pelo docente da Universidade Federal de LAVRAS, José Donizete Alvez; e “Agricultura, Agricultores e Preservação Ambiental”, realizada pelo chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo Eduardo Miranda, que destacou o papel dos agricultores brasileiros na preservação da vegetação nativa.

Hoje, a Cooxupé possui mais de 14,5 mil cooperados que produzem café arábica nas regiões do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e média mogiana do Estado de São Paulo. A área total de produção e formação que a cooperativa abrange é de 329.902 hectares. Todos os dados meteorológicos trabalhados pelo Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé podem ser acessados pelo Sismet – Sistema de Monitoramento Meteorológico, por meio do site: www.sismet.cooxupe.com.br.

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