O papel de fontes de energia renováveis na sustentabilidade da pecuária nacional

Por Felipe Calarge*

 

Felipe Calarge, professor universitário, doutor em Engenharia Mecânica pela Unicamp e diretor do Grupo Pecuarista D’Oeste

O assunto sustentabilidade tem feito parte da agenda brasileira há mais de duas décadas, tendo como marco a ECO – 1992, conferência da ONU que discutiu questões relacionadas ao meio ambiente e desenvolvimento, sendo um dos temas de maior interesse o desenvolvimento sustentável, estabelecendo que o mesmo deveria se dar considerando as abordagens econômica, ambiental e social.

Atualmente, verifica-se em vários segmentos os desdobramentos do desenvolvimento sustentável, dentre os quais destaca-se a agricultura e a pecuária nacional, setores que se caracterizam pela competitividade em aspectos econômicos (por exemplo, alta contribuição no PIB), ambiental (por exemplo, práticas de preservação de reservas legais) e social (como por exemplo, a inserção de mão de obra qualificada no campo).

Especificamente em relação à pecuária nacional, a sustentabilidade, considerando a cadeia de fornecimento e produção desde insumos até produto ao consumidor, pode-se dizer que o pecuarista tem feito seu dever da porteira para dentro, implementando práticas sustentáveis economicamente (por exemplo, maior Unidade Animal por hectare (UA/ha)), ambientalmente (como exemplo, a conservação da biodiversidade e ecossistema) e socialmente (por exemplo, carne saudável e livre de resíduos químicos).

Da porteira para fora, em termos de desenvolvimento sustentável, a indústria de insumos tem importante colaboração com aporte de inovação tecnológico e investimentos em P&D.
Muito ainda poderia ser feito pelo poder público no desenvolvimento sustentável, especialmente no que se refere a melhores condições logísticas, que propiciaria melhor escoamento do produto com menores impactos ambientais.

Outra possibilidade que tem despontado ultimamente e que pode beneficiar todos os agentes da cadeia da pecuária, refere-se à geração de energia limpa através de sistemas fotovoltaicos, aproveitando uma fonte de energia gratuita e abundante na totalidade do território brasileiro.

O sistema de geração de energia fotovoltaica, possibilita, a partir da energia solar, gerar eletricidade sem emissão de gases de efeito estufa ou qualquer outro poluente, bem como elimina impactos ambientais e sociais devido à construção de grandes empreendimentos energéticos.

Este processo se dá de forma regulamentada pela ANEEL (Resolução Normativa 687/15) para a geração distribuída no País, possibilitando a consumidores conectados à rede de distribuição produzir energia elétrica no local de consumo a partir de fontes renováveis, participando do sistema de compensação de energia.

Esta prática já tem sido implementada em empresas atuantes na cadeia da pecuária nacional, com possibilidade de postularem o Selo Solar como produtoras de energia limpa, que conta com o apoio da WWF Brasil.

Iniciativas deste tipo propiciam o envolvimento, dentro e fora da porteira, dos distintos agentes da cadeia produtiva da pecuária, criando uma sinergia que levará a uma pecuária cada vez mais sustentável e com menores emissões de carbono.


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