Evento promovido dia 30, em Campinas/SP, reuniu mais de 300 lideranças políticas e empresariais do agronegócio brasileiro

Apresentando como tema principal o debate sobre sucessão e governança no agronegócio brasileiro, o 6º Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, que tem o ex-ministro Luiz Fernando Furlan como chairman, reuniu, no sábado (30/9), no Hotel Royal Palm Plaza, em Campinas/SP, mais de 300 participantes, entre lideranças políticas, empresariais e setoriais. O encontro teve a curadoria do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que também preside o LIDE Agronegócios.

O Fórum contou, na abertura, com as presenças do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, representando o governador Geraldo Alckmin; do prefeito de Campinas, Jonas Donizette; do deputado Nilson Leitão, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária; do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, além do presidente da Sociedade Rural Brasileira, Marcelo Vieira. Também compuseram a mesa de abertura, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, a presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio, Carmem Perez, além do CEO do Lide, Gustavo Ene, e dos ex-ministros Furlan e Rodrigues.

Para Rodrigues, discutir a sucessão nas atividades da agropecuária é um tema da maior importância. “As profundas mudanças tecnológicas e também de gestão do agronegócio exigem uma renovação total tanto das empresas, quanto dos empresários que atuam na área e até das entidades representativas do setor”, afirmou o ex-ministro da Agricultura. Na avaliação de Furlan, a tecnologia pode ser uma ferramenta facilitadora nos processos de sucessão no campo. “Observamos que hoje há um movimento de volta dos jovens ao campo, pois eles constatam que lá já existem todas as tecnologias com as quais ele está acostumado na cidade, como internet, energia, asfalto, além de uma melhor qualidade de vida”, comentou.

No Painel 1, que discutiu Governança e Sucessão no Agronegócio, o professor Fábio Mizumoto, da FGV, que é especializado no estudo de processos sucessórios, analisou diversos aspectos do problema. Salientou que, para se ter uma transição harmoniosa na sucessão nas empresas do agronegócio, que na maioria dos casos é constituída por empresas familiares, é necessário muito tempo de preparação. “O que é preciso é conversar mais, deixar mais claro os critérios ligados a competências e cargos de cada um dos integrantes da família dentro da organização e também intensificar os esclarecimentos sobre o que é o negócio onde a família está atuando, coisa que nem sempre é feita”, observou.

A seu ver, melhorar a comunicação sobre as expectativas de cada membro da família em relação ao futuro pode definir mais adequadamente as funções. Lembra, por exemplo, que numa sucessão que envolve dois irmãos, pode ser que um deles tenha maior identificação com a rotina da fazenda e possa ficar mais diretamente na condução do negócio, enquanto outro, que tenha outros planos profissionais, fique apenas com o papel de sócio investidor. “Penso que a sucessão hoje passa mais por esses dois pontos: o do integrante que cuida da governança e o outro que está mais interessado na manutenção do patrimônio e que atua mais como se fosse um acionista. Ele não é mais o patrão, mas sim um sócio”, comentou João Adrien, diretor do núcleo jovem da Sociedade Rural Brasileira, que participou do painel como debatedor.

No Painel 2, que abordou a Sucessão nas Empresas do Agronegócio, Shiro Nishimura, presidente do Conselho de Administração da Jacto, fez um relato franco e aberto sobre as várias etapas do processo sucessório na fabricante de máquina agrícolas fundada por seu pai, Shunji Nishimura, na cidade de Pompeia, interior paulista. Nishimura destacou as muitas dificuldades encontradas no processo até a companhia alcançar um nível de profissionalização que fosse harmônico com os interesses da família e que hoje a situação está melhor equacionada. “Mas houve muita discussão e ranger de dentes no processo, que foi bastante desgastante para todos os membros da família”, relatou.

Em seguida, Luiz Lourenço, presidente do Conselho da Cocamar, descreveu o andamento do processo de profissionalização da sucessão na cooperativa que é uma das maiores do Paraná. “O trabalho de profissionalização e de modernização da gestão é o melhor caminho, apesar de ser longo e cheio de percalços. O nosso começou em 1999 e, após várias etapas, culminou em 2014, com a aprovação de um novo modelo que prevê a constituição de uma diretoria executiva”, informou Lourenço.

Já o consultor José Paschoal Rossetti, que atuou na formulação e desenvolvimento de vários programas de sucessão, descreveu conceitualmente o processo e detalhou algumas pesquisas a respeito de sucessão em empresas familiares. “Penso que sucessão bem executada é aquela em que jovens e velhos se dão as mãos, juntando a experiência com a vontade de realizar o futuro e que considera que Conselho de Administração não é um depósito de velhos”. Furlan acrescentou, relembrando um provérbio da área de aviação: “na aviação se diz que a melhor combinação é avião novo com piloto experiente”.

Outro debatedor do Painel 2, Denis Arroyo, diretor Agrícola da Zilor Energia e Alimentos, detalhou o processo de sucessão colocado em andamento pela empresa e voltado para os seus fornecedores de cana. “Nosso trabalho envolve toda a família dos nossos fornecedores e tem como meta auxiliar na sucessão deles. E tem dado bastante resultado. Em alguns casos, ajudamos os filhos a compreender melhor o trabalho que seus pais fazem”, afirmou Arroyo.

Com o tema Sucessão nas Entidades do Agronegócio, o Painel 3 trouxe o relato do processo de modernização da estrutura organizacional da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – ABRAPA, feita por seu presidente, Arlindo Moura. “Após a análise de diversos modelos, chegamos a um consenso e definimos que o mandato da diretoria não poderá ser superior a dois anos, sem direito a reeleição”, explicou o dirigente da ABRAPA.

Além disso, Moura acrescentou que até a empresa que faz a auditoria das contas da entidade precisa ser trocada a cada três anos, não coincidente com a mudança da presidência. “Entendemos que dois anos de mandato é um bom período, sobretudo quando se considera que o dirigente que chega à presidência passou antes por um longo período de preparação, ao participar das instâncias inferiores da entidade”, esclareceu.

Idêntica postura foi passada por Marcos da Rosa, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil – APROSOJA. “Nós nos baseamos muito na forma como as entidades da área de soja dos Estados Unidos. Nesse sentido, mudamos recentemente o formato de gestão, que passou de dois anos com reeleição, para um mandato de três anos, mas sem reeleição”, informou Rosa, acrescentando que esse sistema é bom até para quem pretende ter uma ação na entidade, pois sabe que a diretoria do momento sairá e, com isso, ele pode se preparar caso tenha aptidão para tal.

Seguiu na mesma linha outro participante do Painel, Rui Prado, diretor da Famato – Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso. “Acredito que é muito importante as instituições setoriais se modernizar, passando por um processo de rejuvenescimento das suas lideranças”, afirmou, adiantando que, nessa direção, foi criada na Famato uma Academia de Liderança, cujo objetivo é desenvolver a formação de novos líderes para a entidade e também para o agronegócio de forma geral.

Ao término das palestras, debates e do momento de networking entre os presentes, foram anunciados os vencedores do PRÊMIO LIDE AGRONEGÓCIOS 2017, distribuídos em cinco categorias. Os premiados foram: na categoria Comércio Agrícola, Amaggi, Bunge e SLC Agrícola; em Comunicação, Jovem Pan, TerraViva e Valor Econômico; na categoria Ensino, ESALQ – USP Piracicaba, Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal do Rio Grande do Sul; em Inovação, Donmario, Embrapa e Fapesp-Finep; e em Insumos Agrícolas, Heringer, Mosaic Fertilizantes e Superbac.

Além dessa premiação, este ano, o LIDE também prestou uma homenagem especial ao presidente da Sociedade Nacional da Agricultura, Antônio Alvarenga; além de entregar uma premiação denominada Destaque do Ano para o jornalista Humberto Pereira, editor-chefe e um dos criadores do programa de televisão Globo Rural.

O FÓRUM NACIONAL DE AGRONEGÓCIOS conta com o patrocínio de GOCIL SEGURANÇA E SERVIÇOS, participação especial de BAYER, MAPFRE, SUPER BAC E TEREOS, além de colaboração da AUDI, CEASA CAMPINAS, MAN, RAÍZEN e SICREDI. São mídia partners: CBN, ESTADÃO, PR NEWSWIRE, RÁDIO AGRO MUNDI, RÁDIO JOVEM PAN e REVISTA FEEED&FOOD, REVISTA LIDE e TV LIDE. CERVEJA PROIBIDA, COOXUPÉ, ECCAPLAN, F&Q BRASIL, GRUPO BEM, INTERFOOD, MECÂNICA DE COMUNICAÇÃO, RODOBENS COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL, RUBENS DECORAÇÕES e UPS são fornecedores oficiais.

Mais informações: www.forumagronegócios.com.br.

 


O LIDE – Grupo de Líderes Empresariais que tem como chairman o ex-ministro da Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan, é uma organização de caráter privado, que reúne empresários em 16 países e quatro continentes. Atualmente tem 1.700 empresas filiadas (com as unidades nacionais e internacionais), que representam 52% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil e no exterior, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.

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