Por meio da assistência técnica e gerencial, a meta é aumentar para 200 litros diários

“É preciso um planejamento nutricional para superar a falta de pastagem na entressafra”. A afirmação é do técnico de campo, Francisco Borges, do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Mais Leite, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. A alimentação na seca é um dos principais gargalos da produção leiteira, ou seja, a baixa qualidade da pastagem pela escassez de chuva atinge diretamente o gado, que diminui a produção ou até mesmo deixa de produzir o leite.

Tem produtor que supera esse entrave. Em Sidrolândia, João Torres Silva, proprietário do Sítio Santa Terezinha das Rosas, aprendeu a produzir a silagem oferecida para suplementação dos animais por meio das orientações do técnico do Senar/MS.

O produtor, que é atendido pelo ATeG Mais Leite desde maio de 2016, triplicou a produção leiteira na época da estiagem. No ano passado a quantidade diária era de 30 litros. Hoje com a silagem, as dez vacas em lactação chegam a produzir 90 litros de leite por dia. A meta do produtor é aumentar para 200 litros diariamente em até três anos.

De acordo com Francisco diariamente são utilizados de 25 a 30 quilos de volumosos gramíneos misturados com dois quilos de ração. Pela manhã, após a ordenha, o produtor oferece a silagem de milho. No segundo manejo, no período vespertino, é a forragem de cana-de-açúcar com capim-napier que alimenta os animais.

Pelos dados do técnico, considerando o período de junho de 2016 a junho de 2017, os números surpreendem. Na área de 9,5 hectares, são produzidos atualmente 4 mil litros/hectare/ano. O preço médio anual de venda é de R$ 1,15, 11% a mais que a média do estado no mesmo intervalo, que é de R$ 1,04, segundo dados do Conseleite/MS – Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite em Mato Grosso do Sul.

Além disso, o valor recebido por Silva é 40% maior que o custo total de produção por litro de leite, que é de R$ 0,82. Nessa conta, são contabilizados os gastos mensais com a compra de insumos – ração, sal mineral e medicamentos -, depreciação, mão de obra, e os juros sobre o capital empatado. “O produtor tem um lucro de R$ 0,33 por litro de leite produzido. É uma margem bem significativa e otimista”, diz o técnico de campo.

“Meu objetivo é melhorar a genética do gado. Concluí o curso em Inseminação Artificial e vou investir nisso para aumentar a produtividade”, afirma o produtor, que juntamente com outros três vizinhos, passaram pela capacitação do Senar/MS e também investiram na compra de equipamentos, como botijão com nitrogênio e aplicadores, para melhoramento genético dos animais.

“A metodologia da Assistência Técnica e Gerencial prioriza o conhecimento. Por isso é importante as capacitações de Formação Profissional Rural com a implementação de tecnologias no campo, com o manejo de pastagem e ordenha, por exemplo. A mudança tem que vir de dentro para fora e depende do produtor, só assim ele vai saber quanto custa para produzir”, ressalta a supervisora do programa, Natália Leite.

Serviço – Os produtores que têm interesse em receber a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/MS, devem entrar em contato com o Sindicato Rural do seu município. Vale lembrar que tanto as capacitações quanto a assistência técnica são totalmente gratuitas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (67) 3320-6942.


Sobre o Sistema Famasul – O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.


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