Como parte das comemorações do 130º aniversário, o IAC apresenta duas novas variedades de cana-de-açúcar de alto desempenho

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), referência nacional em pesquisas agrícolas, lançou duas novas variedades de cana-de-açúcar de alto desempenho, que garantem um aumento de 15% na produtividade, em comparação com a variedade mais plantada atualmente na região Centro-Sul do Brasil, e podem ser cultivadas e colhidas por um período maior. O lançamento faz parte das comemorações do aniversário de 130 anos do Instituto.

“Uma nova variedade só é levada em conta se ela representar uma vantagem de produção de açúcar por hectare a mais do que aquela que está em cultivo”, afirma o pesquisador do IAC Marcos Guimarães de Andrade Landell.

As variedades começaram a ser desenvolvidas em 2001 e passaram por testes nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Os melhoramentos englobam o cultivo da cana em solos com pequena capacidade de armazenamento de água e baixa fertilidade natural – realidade presente em todos os estados produtores de cana, segundo o IAC – e também em regiões com melhor distribuição de chuvas.

Mais lucro com mesmo custo –  Outro benefício das novas variedades é o aumento do período em que a cana-de-açúcar permanece produtiva, podendo ser colhida entre os meses de maio e novembro. Para o produtor rural, os custos e a mão de obra devem ser os mesmos, porém, com uma margem de lucro maior.
“O agricultor vai plantar essa nova variedade no lugar da outra, mais cultivada, sem mudar nada, sem mudar insumo, adubação, custos de plantio. Os custos de se produzir uma variedade mais ou menos produtiva são os mesmos, porém a produtividade maior vai pagar esses custos de uma maneira mais fácil do que se ela produzisse menos”, exemplifica Landell.

Pesquisa longa –  Segundo Landell, o desenvolvimento de novas variedades de cana leva em consideração o desempenho do tipo mais plantado no estado, buscando aumentar a produtividade, e pode levar até 20 anos para ser concluído, passando por diversos testes que envolvem condições de clima e solo, por exemplo. No caso dos dois tipos de cana, foram 16 anos de estudos.
“Nós temos um programa de seleção que é continuo e está em varias fases. Chega um determinado momento, em torno de 15 a 20 anos, que nós temos esse material bem avaliado em diversas condições de solo, em condições de clima”, completa o pesquisador.


Fonte: www.investe.sp.gov.br